8 de maio de 2023 7:52 por Da Redação
O inchaço da administração municipal, resultado da reforma administrativa implantada pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, no final de abril último, deverá ser um dos principais motes da campanha da oposição. Ao instituir a reforma, nomeando 23 secretários, criando 9 novas secretarias e transformando adversários em novos aliados, JHC deu a troca nos acordos políticos para sua campanha como candidato à reeleição.
Isso foi dito, por exemplo, pelo deputado federal Rafael Brito (MDB), que fez críticas diretas às mudanças administrativas de JHC. Segundo Brito, foram criados 600 novos cargos de comissão para abrigar aliados do prefeito.
“Vcs já viram o mais novo “monumento gigante” de Maceió? Pois é depois da cadeira e do Skate, agora é um CABIDE gigante. Mas não se engane, é um cabide de EMPREGOS! Foram criados, agora, mais de 600 novos cargos em comissão e várias novas secretarias. Estamos de olho”, disse Rafael Brito, no Twitter.
A afirmação é uma realidade, mas nada que incomode a JHC. Nem mesmo causa qualquer constrangimento a bolsonaristas raiz, que criticavam administrações anteriores, a exemplo do Cabo Bebeto (PL), expressão da extrema-direita, que aproveitou para emplacar o filho, Caio Luiz Santos Teixeira, na Secretaria Extraordinária da Juventude e Lazer.
Lembrando ainda que JHC foi crítico quando o presidente Lula nomeou os seus ministros e ministras com a recriação de ministérios que haviam sido extintos por Bolsonaro. Mas não se constrange em se aliar ao deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça e ao ex-deputado Davi Filho, garantindo a eles indicações de parentes e amigos em cargos do primeiro escalão.
Claro está que o inchaço da máquina municipal não será questionado por quem indicou afilhados nessa reforma.
Acordos futuros
A chance da gestão do prefeito de Maceió ter desempenho significativo com as novas indicações é baixa. O que há é a possibilidade de viabilizar candidaturas a vereadores e manter o prefeito na mídia. Afinal, a máquina administrativa dispõe de milhares de cargos comissionados que, repartidos entre os apadrinhados, alavanca campanhas com custo baixo.
Foram feitas nomeações que são acordos ou apostas futura. Esse futuro é 2026, quando serão realizadas as eleições para governador e senador. No caso do Senado, com duas vagas em disputa. Essa é a base do acordo entre ex-inimigos que agora se aliam.
O tempo pode ou não consolidar esse acordo do prefeito com grupo tão amplo. Afinal, não se pode esquecer que até fevereiro último, o deputado Alfredo Gaspar, hoje um aliado, dizia que não ter nenhuma relação com JHC e nem pretendia ter.
“Não tenho desentendimento pessoal com ninguém, mas acho que tem muita coisa que precisa ser fiscalizada e aprofundada e Maceió não fica de fora disso. Precisamos analisar e fiscalizar algumas ações tanto no estado quanto no município, como contratos de shows, contratos de lixo e iluminação” – afirmou Gaspar, em entrevista ao programa Contextualizando, da TV Pajuçara, transmitido no dia 26 de fevereiro deste ano.
O que também é para ser dito ou não dito é a real chance de eleição de cada um dos deputados que entraram na administração. Realmente, acordo político é para ser cumprido, mas quando o tempo é muito largo entram as variáveis e outros interesses que, no momento, não estão posto à mesa.