17 de maio de 2023 12:40 por Da Redação
Desde que desembarcou no Brasil, no último dia 30 de março, após um exílio voluntário no Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro inaugurou uma nova agenda, após o fim do mandato. Saem as motociatas pelo país e entra a maratona de depoimentos e investigações aos órgãos de justiça e auxiliares.
A peregrinação começou pouco depois do desembarque dos EUA, à Polícia Federal (PF), para prestar depoimento sobre a sua participação em vários crimes como a tentativa de golpe de Estado, no dia 8 de janeiro, o processo das fake news, as joias sauditas, fraude no cartão de vacinação.
Enquanto os compromissos políticos rareiam, crescem na agenda do ex-presidente os compromissos obrigatórios com a Polícia Federal. Os seus aliados começam a se preocupar com o que a PF e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes estão descobrindo a respeito das redes de corrupção e como se deu a organização da tentativa fracassada de golpe de Estado.
O que tem sido noticiado sobre os ex-auxiliares de Jair Bolsonaro presos, com a quebra do sigilo telefônico e bancário do tenente-coronel Mauro Cid, do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, tem efeito devastador, causando calafrios e pânico. Pelo visto, o trabalho está apenas na fase inicial.
Os motivos que levaram o ex-presidente a decretar sigilo de 100 anos em quase todas as atividades que envolvem os cartões corporativos da Presidência da República estão sendo revelados.
A devassa policial em curso dará a dimensão exata e apontará a extensão na esfera criminal. Em 45 dias, Bolsonaro esteve na PF para depor três vezes e não se pode prever quantas vezes voltará a depor na PF.
A desconstrução da imagem de Bolsonaro é uma realidade e arrastará os seus aliados para a vala comum. O tempo, para os seus aliados, é ruim. A influência do “mito” nas eleições de 2024, aposta da extrema-direita, tende a não se efetivar.
A possibilidade real de que seja julgado, condenado em um ou mais processos e preso não o elevará à condição de preso político, mas de preso comum, julgado com legítimo direito de defesa e, para piorar a situação, não terá a mídia corporativa manipulando a opinião pública em seu favor.
O tratamento dispensado a Bolsonaro na cadeia será de bandido que cumprirá as penas definidas em lei. É coerente dizer que terá ao seu lado, certamente, correligionários e fieis apoiadores.