terça-feira 24 de dezembro de 2024

Bolsonaristas são denunciados à CPI do MST por invasão de residências em assentamento rural

O grupo de parlamentares de esquerda relata na notícia-crime que imagens, inclusive divulgadas pela imprensa, comprovam “as condutas abusivas e criminosas”
Bolsonaristas praticam abuso de autoridade em acampamento de assentados | Reprodução

Parlamentares do PT, PCdoB, PSOL e PSB protocolaram notícia-crime no STF contra o presidente e o relator da CPI do MST, deputados Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), além de outros parlamentares do PL e Republicanos, por conta de diversos crimes praticados por eles durante diligência do colegiado realizada em um assentamento rural no Pontal do Paranapanema (SP), no dia 29 de maio. Nessa ação ocorreram invasões de domicílios dos moradores, além de ameaças, coações, uso de imagem sem autorização e imputação de crimes sem apresentação de prova.

Assinam a ação, pelo PT, a presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffmann (PR)João Daniel (SE)Nilto Tatto (SP), Marcon (RS)Valmir Assunção (BA)Paulão (AL)Padre João (MG) e Camila Jara (MS). Pelo PSOL, Talíria Petrone (RJ), Sâmia Bonfim (SP) e Luciene Cavalcanti (SP). Também são signatárias do documentos as deputadas Daiana dos Santos (PCdoB-RS) e Lídice da Mata (PSB-BA).

O grupo de parlamentares de esquerda relata na notícia-crime que imagens, inclusive divulgadas pela imprensa, comprovam “as condutas abusivas e criminosas” contra os moradores do assentamento, “em flagrante violação aos direitos fundamentais”. No vídeo anexado à ação, é possível identificar o relator da CPI violando residências, sem consentimento dos moradores ou autorização judicial, para fotografar seu interior, constranger e ameaçar pessoas.

Abuso de poder

Presente na diligência, o deputado Nilto Tatto alertou o presidente da CPI sobre a ilegalidade da invasão às residências dos trabalhadores. No entanto, ouviu do relator do colegiado que os “barracos e galpões de habitação coletiva”, onde pessoas de baixa renda moram, “não são residências”.

“Qualquer casa, rica ou pobre, edificada ou levantada de maneira precária, escriturada ou não, de habitação individual ou coletiva, é alcançada pela proteção constitucional da inviolabilidade de domicílio e não pode, sem consentimento de quem a habita ou autorização judicial, adentrá-la ou, mais grave, violá-la da forma como fizeram os representados”, esclarece a notícia- crime.

“Toda sorte de abusos e atrocidades foram perpetradas pelos parlamentares representados, dentre as quais destacamos as seguintes condutas: invasão de domicílios, sem consentimento dos moradores ou autorização judicial para tanto, ameaças, coações e constrangimentos das cidadãs e cidadãos ocupantes das habitações individuais e coletivas existentes no assentamento, exposição forçada e não autorizada das pessoas na mídia (filmagens com celulares e divulgação), com imputações infundadas, genéricas e sem provas da prática de crimes, entre outras ações deletérias, reprováveis e repugnantes num Estado Democrático de Direito”, acrescenta a petição.

Crimes durante a diligência

Os deputados do PT, PCdoB, PSOL e PSB afirmam na ação que foram verificados durante a diligência a prática dos crimes de abuso de autoridade (Lei 13.869/2019, Art. 22) e vários outros tipificados no Código Penal (Lei 2.848/1940). Entre eles, de constrangimento ilegal (Art. 146), Ameaça (Art. 147) e Violação de Domicilio (Art. 150).

Diante desses fatos, eles pedem ao STF que a Procuradoria-Geral da República determine a abertura de procedimento de investigação criminal contra os acusados pelos crimes. Também requerem que sejam anexadas aos autos as filmagens da diligência disponibilizadas pela imprensa e redes sociais, e que os cidadãos e cidadãs vitimadas pela ação abusiva e inconstitucional sejam ouvidos no inquérito.

Além do presidente e do relator da CPI (Tenente-Coronel Zucco e Ricardo Salles), também são acusados de participar da invasão criminosa  durante a diligência os deputados Rodolfo Nogueira (PL-MS), Capitão Alden (PL-BA), Caroline de Toni (PL-SC), Magda Mofatto (PL-GO) e Messias Donato (Republicanos-ES).

Fonte: PT na Câmara

Please follow and like us:
Pin Share

Mais lidas

Paulão cita 082 Notícias e volta a denunciar crime da Braskem em Maceió

O deputado federal Paulão (PT) usou o artigo “A Justiça que segrega”, do historiador

Polícia científica identifica digitais de suspeitos em brigas entre torcedores de CSA e CRB

Uma perícia realizada pelo Instituto de Criminalística de Maceió em um veículo utilizado na

Cultura reúne artistas musicais para novo cronograma do 6º Festival Em Cantos de Alagoas

A Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult) reuniu, na terça-feira (10),

TRE proíbe motorista de aplicativo de colar adesivo de candidatos

Veículos cadastrados em aplicativos de transporte urbano, como Uber, 99, InDriver e outros, não

Eleições 2024: cresce em 78% o número de eleitores menores de 18 anos

Por Iram Alfaia, do portal Vermelho O Brasil possui 1.836.081 eleitores menores de 18

Eleitores vítimas da Braskem são orientados a buscar novos locais de votação

A mineração predatória que a multinacional Braskem S/A realizou em Maceió por quase 50

  Dados de Projetos Esportivos Clube de Regatas Brasil – CRB Autor Descrição da

Senador vê desprendimento na renúncia de Joe Biden

O senador alagoano Renan Filho (MDB), ministro dos Transportes no terceiro governo do presidente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *