sexta-feira 10 de janeiro de 2025

PF pede quebra de sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro

Pedido ocorre após deflagração da operação que mira auxiliares do ex-presidente; a decisão sobre cabe ao relator do caso no STF, Alexandre de Moraes
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante evento do PL, em Porto Alegre/Reprodução

Por Redação, da Veja

A Polícia Federal (PF) pediu nesta sexta-feira, 11, a quebra de sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a operação Lucas 12:2, que mirou Mauro Cid e Osmar Crivelatti, ex-ajudantes de ordens do capitão, o pai de Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, e o advogado Frederick Wassef. A decisão sobre o pedido cabe ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes.

A operação investiga a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. “Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”, disse a PF sobre a investigação.

Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Como mostrou o Radar, mensagens de Mauro Cid em poder da Polícia Federal mostram a organização de uma operação que resultaria na entrega de dinheiro vivo a Jair Bolsonaro. O homem da mala, na ocasião, seria o general Lourena Cid. A quantia, 25.000 dólares, seria entregue “em mãos” a Bolsonaro, porque havia “receio de utilizar o sistema bancário”.

“O conteúdo do áudio revelou, inicialmente, que o General MAURO LOURENA CID estaria com 25 mil dólares, possivelmente pertencentes a JAIR BOLSONARO. Na mensagem, MAURO CID deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro ao ex-Presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai, diz: ‘Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (…)’”, relata a PF.

 

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