Por André Cintra, do portal Vermelho
Os filmes nacionais – que lutam por espaço nas “telonas” das salas de cinema – vão ganhar uma faixa própria nas “telinhas” dos brasileiros. Em 18 de setembro, a TV Brasil estreia Cine Resenha, que vai promover exibições e debates sobre o cinema produzido no País.
O longa escolhido para o primeiro programa é Cinema, Aspirinas e Urubus (2005). Para apresentar e discutir o filme, o convidado é seu próprio diretor, Marcelo Gomes. “Estou muito feliz em pensar que esse filme vai passar de Norte a Sul do país, em lugares que meus filmes nunca chegaram antes, onde os cinemas nunca exibiriam esse tipo de produção”, declarou Gomes à Agência Brasil.
A atração da emissora pública chega no rastro do fenômeno “Barbieheimer” – a invasão simultânea de dois blockbusters, Oppenheimer e Barbie, nos cinemas de todo o Planeta. Só no Brasil, as duas produções ocuparam cerca de 75% das salas de exibição quando estrearam, em 21 de julho.
“É a TV Brasil que vai poder quebrar esse bloqueio dos cinemas que exibem majoritariamente filmes dos Estados Unidos. A televisão pública vai ajudar a tornar mais conhecidas as nossas produções”, diz Gomes.. E quando a pessoa vê um filme, isso instiga a curiosidade dela. Começa a gostar e quer ver outros, conhecer melhor o cineasta e o tema.”
A TV Brasil também vai exibir quatro produções nacionais aos finais de semana. Entre os títulos já previstos na programação estão O Céu de Suely (2006), de Karim Aïnouz; O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho; A Febre (2019), de Maya Da-Rin; e Riscado (2010), de Gustavo Pizzi.
“Decidimos reunir esses talentos contemporâneos – pessoas com filmes premiados, sejam recentes ou mais antigos – e exibi-los em rede nacional. Alcançar mais pessoas, formar uma plateia maior e cumprir com os objetivos da comunicação pública. Isso é prioritário para nós”, resume Antonia Pellegrino, diretora de conteúdo e programação da TV Brasil.
Segundo Antonia, a escolha dos filmes é fruto de “um trabalho de prospecção muito cuidadoso, que envolveu uma equipe enorme”. A meta é comprar s direitos de mais longas para exibi-los. “É muito importante que o setor cinematográfico entenda a TV Brasil como a tela do cinema brasileiro.”