sexta-feira 10 de janeiro de 2025

CPI do MST termina de forma vergonhosa para integrantes extremistas

Sem um fato concreto para investigar e movida a trapalhadas, comissão parlamentar naufraga

15 de agosto de 2023 9:40 por Thania Valença

Sem Terra e apoiadores recebem a diligência da CPI contra o MST em Atalaia | MST Alagoas

A marca dos bolsonaristas membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para tentar criminalizar o MST é a truculência, acompanhada do despreparo técnico para o exercício da função parlamentar. A passagem malograda da Comissão por Alagoas, na última sexta-feira, 11, é mais uma prova da inutilidade da CPI.

A diligência foi realizada a pedido do deputado Fábio Costa (PP-AL). O grupo visitou assentamentos na região da antiga massa falida da Usina Ouricuri, passando pelos assentamentos Milton Santos, Jaelson Melquíades e Chico do Sindicato, respectivamente assentamentos Ouricuri I, II e III, em Atalaia.

O malogro da CPI do MST, reconhecido pelos próprios bolsonaristas, é consequência de não haver um objeto para investigar. O objetivo da CPI é criar factoides para serem veiculados nas redes sociais da extrema-direita.

Em Alagoas, ao ser confrontado pelos trabalhadores rurais, o ex-ministro do Meio Ambiente e hoje deputado federal Ricardo Salles, gritou: “Vai trabalhar, vagabundo!”. Uma declaração lamentável, que reflete o baixo nível da CPI.

Em nota, o MST afirmou que a visita a Alagoas “demonstrou a desqualificação dos deputados na condução da Comissão, a começar pelo descumprimento da rota estabelecida e aprovada em requerimento na Câmara Federal, quando a comitiva seguida de policiais armados, surpreendeu o acampamento São José, intimidando as famílias acampadas em um espaço símbolo da luta pela terra, em Atalaia e Alagoas por mais de 20 anos”.

Réquiem para a CPI

A maioria da CPI do MST é constituída por deputados bolsonaristas, ex-policiais. Pesam sobre alguns deles acusações de serem financiados por grileiros, garimpeiros, madeireiros e contrabandistas.

A ficha policial é extensa do deputado Ricardo Salles. O deputado tenente-coronel Zucco, presidente da CPI, é investigado pela Policia Federal por perpetrar crimes mediante patrocínio e incentivo a atos antidemocráticos.

Os últimos dias da CPI do MST têm sido de pura vergonha para os extremistas.

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