quinta-feira 24 de outubro de 2024

Transplante do coração em crianças e adolescentes envolve grau de complexidade

Faustão | Reprodução/Instagram

Após o apresentador Faustão precisar entrar na fila do Sistema Único de Saúde (SUS), para receber um coração, muitas dúvidas em torno do assunto surgiram. De acordo com dados do Governo Federal, no primeiro semestre deste ano foram realizados 206 transplantes de coração no país. O total representa um aumento de 16% na comparação com a primeira metade de 2022.

Na lista de espera para transplantes, chama atenção o caso de crianças e adolescentes que aguardam por um coração. Segundo os dados, até a metade deste mês de agosto, eram 67 crianças e adolescentes, com até 17 anos de idade, que aguardavam por um coração no Brasil.

O cirurgião cardíaco da Cordial Sociedade Beneficente do Coração de Alagoas, José Leitão, enfatiza que o transplante cardíaco em crianças possui alguns entraves. “A logística, sem dúvida alguma, é bem mais complexa do que no adulto, por vários motivos:

• O pequeno número de centros que realizam esse tipo de procedimento;

• Grande parte das famílias não liberam a doação dos órgãos dos seus filhos;

• O coração do doador deve ser proporcial ao tamanho da criança que irá recebê-lo;

• Nas cardiopatias mais complexas, muitas vezes, o paciente necessita ser submetido ao transplante simultâneo de coração e pulmão”, explicou o cirurgião.

As cardiopatias congênitas são um conjunto de malformações na estrutura ou na função do coração que surgem durante o desenvolvimento fetal. De acordo com o Ministério da Saúde, essa condição está entre as malformações que mais matam na infância e ainda permanecem como a terceira causa de óbito no período neonatal, que são os 28 dias após o parto. No Brasil, a cada mil nascidos vivos, 10 nascem com algum tipo de cardiopatia.

“Desses, cerca de 70% necessitam de algum tipo de intervenção já no primeiro ano de vida. Infelizmente, por falta de diagnóstico, essas crianças podem evoluir a óbito”, complementou Dr. José Leitão.

Divulgação

Em Alagoas, não são realizados transplantes de coração em crianças, apenas em adultos. Caso uma criança cardiopata precise passar pelo procedimento, ela entra na fila nacional, podendo realizar a cirurgia em qualquer lugar do Brasil.

Dr. Leitão ressalta que, com os avanços tecnológicos, mesmo o paciente portador de cardiopatias mais complexas pode, sim, ter uma vida normal. “Podem estudar, praticar atividade física… É preciso lembrar sempre: o diagnóstico precoce é fundamental para definir o prognóstico desse paciente! Por isso a importância de realizar o ecocardiograma fetal entre a 21ª e 28ª semana de gestação! É obrigatório e, infelizmente, esse exame não está disponível pelo SUS. Uma vez tendo o diagnóstico de uma cardiopatia complexa, a criança é encaminhada para algum serviço de referência, para receber tratamento adequado”, concluiu o cirurgião.

Casa do Coraçãozinho

Em funcionamento desde dezembro de 2016, a Casa do Coraçãozinho é o Centro de Referência em cardiopatia congênita de Alagoas. A Casa é gerida pela Cordial Sociedade Beneficente do Coração de Alagoas e atende 100% pelo SUS.

A Casa do Coraçãozinho realiza consultas ambulatoriais, exames como Ecocardiograma, Eletro e raio-X, procedimentos em hemodinâmica como cateterismo, e cirurgia cardíaca em crianças cardiopatas. Além disso, conta com uma estrutura composta por consultórios médicos, brinquedoteca, área de treinamento para pediatras e cardiopediatras, auditório e um espaço de acolhimento para que as famílias do interior possam, quando precisar, ter um local para se acomodar.

Divulgação

Na Casa do Coraçãozinho é oferecido tratamento integral e humanizado através de uma equipe multiprofissional composta por cardiologistas, pediatras, psicólogos e assistentes sociais, entre outros profissionais a serviço da população carente de Alagoas.

As crianças e adolescentes com cardiopatias congênitas são encaminhadas para a Casa do Coraçãozinho pelo SisReg (Sistema de Regulação de Procedimentos) ou pelas secretarias municipais de saúde das prefeituras alagoanas.

Fonte: Assessoria

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