O deputado federal Zucco (Republicanos-RS) comunicou aos membros da CPI do MST que os trabalhos foram encerrados na tarde da segunda-feira (4). O relatório final será apresentado no dia 14 de setembro. O que provocou a ira e a decisão do deputado extremista foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender os depoimentos de dois funcionários do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) – o presidente do órgão, Jaime Messias Silva, e o gerente-executivo da autarquia, José Rodrigo Marques Quaresma.
A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) declarou, quando soube da decisão do STF: “Uma CPI que iniciou sem nenhum fato determinado, numa tentativa rasa de criminalização de um dos maiores movimentos sociais do mundo. Agora, a CPI termina com o relator, deputado-réu, indiciado por crimes contra o erário e o presidente investigado por misoginia. Fomos vitoriosos porque defendemos a verdade e a democracia, agora vamos lutar para que o relator e o presidente sejam responsabilizados pelos crimes que cometeram ao longo dessa CPI”.
Deputadas derrotam extremistas na CPI do MST
As deputadas foram os maiores destaques da CPI do MST, enfrentando a tropa de choque da extrema-direita com argumentos, garra e coragem diante dos gestos violentos que nortearam a CPI desde o momento em que foi instalada.
As ameaças, pressões psicológicas, agressões morais e misoginia foram a tônica dos trabalhos. Manobras foram realizadas pela mesa da CPI para evitar e constranger as deputadas no momento de suas falas. Todos os artifícios arbitrários não impediram as deputadas de apresentarem denúncias, vencerem na argumentação contra a bancada brutamontes constituída por policiais militares e delegados.
Os destaques femininos foram Sâmia Bomfim (SP), Gleisi Hoffman (PT-PR),Talíria Petrone (Psol-RJ),Camila Jara (PT-MT), Lídice da Mata (PSB-BA), Daiana Santos (PCdoB-RS), Fernanda Melchionna (PSOL-RS e Luciene Cavalcante (PSOL/SP).
Os deputados de esquerda que formam a bancada do PT completaram o trabalho que resultou no desmascaramento da farsa orquestrada pela extrema-direita. Os deputados Nilton Tatto (PT/SP), Padre João (PT/MG), Valmir Assunção (PT/BA), João Daniel (PT/SE) e Paulão (PT/AL) atuaram no campo de batalha.
Extremistas de Alagoas
Os deputados extremistas Delegado Fábio Costa (PP-AL) e Alfredo Gaspar (UB-AL) entraram como obscuros membros da CPI do MST para engrossar o coro dos membros virulentos e conseguiram certa visibilidade pela maneira agressiva como procuraram arguir os depoentes. Foi um espelho dos piores momentos dos órgãos policiais da ditadura-militar.
O relatório final da CPI do MST será apresentado pelo deputado Ricardo Salles, cuja ficha policial é conhecida. Esse documento vai ser consagrado como uma “ópera- bufa”.