17 de novembro de 2023 1:36 por Da Redação
Por Brasil de Fato
Morreu nessa quinta-feira (16), aos 82 anos, o agrônomo Adilson Paschoal, uma das maiores autoridades em agroecologia no Brasil. Consagrado e perseguido por criar o termo “agrotóxico” para se referir aos produtos antes denominados como pesticidas ou defensivos agrícolas, ele sofria de miastenia grave, doença autoimune caracterizada por progressiva fraqueza muscular.
Paschoal era parceiro intelectual de Ana Maria Primavesi, engenheira agrônoma pioneira nos estudos e na aplicação da agroecologia no país. Juntos, disputaram com o agronegócio a hegemonia das ideias sobre modelos de produção agrícola. Defendendo o respeito aos ciclos da natureza e aos trabalhadores, os dois conquistaram seguidores fieis, que espalham e concretizam o legado da agroecologia.
Foi Adilson quem inventou, em um artigo publicado em 1977 e depois em um livro de 1979 uma palavra que se tornaria clássica, o vocábulo “agrotóxico”. Contrapondo-se a nomes usados até então e que em sua visão tinham o objetivo de ocultar a verdadeira natureza tóxica desses produtos, como “pesticida”, “praguicida” ou “defensivo agrícola”, Adilson defende que termo proposto por ele é o mais rigoroso cientificamente.