sábado 11 de janeiro de 2025

Nunca mais! Memorial Cambahyba relembra crimes da ditadura militar

O dia 6 de dezembro próximo marcará o início da caminhada para relembrar os 60 anos do golpe de 1964
Foto: Pablo Vergara

No próximo dia 6 de dezembro, às 14h30, no parque industrial da extinta Usina Cambahyba, na cidade de Campos dos Goytacazess (RJ), os fornos da “Usina da Morte” serão transformados em símbolos contra os crimes da ditadura militar.

Neste dia, será criado o “Memorial Cambahyba, Ditadura Nunca Mais, Memória, Verdade e Justiça”. A data marcará o início da caminhada para relembrar os 60 anos do golpe de 1964. Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!

A ação vai mobilizar o Ministério dos Direitos Humanos, familiares de presos, mortos e desaparecidos políticos e dezenas de entidades da sociedade civil. Ente elas, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e a Associação de Pós Graduandos da UFF Mariele Franco, Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG). Também estarão presentes representantes de partidos políticos como PCB, PCdoB, PT, PSB, Psol, de centrais sindicais como CUT, CTB, MST e outros movimentos.

Reprodução

Há mais de 20 anos, o MST luta pela desapropriação do Complexo Cambahyba que, desde 1998, através de decreto presidencial, foi considerado improdutivo por não cumprir sua função social.

A ocupação da Usina Cambahyba e das terras têm um sentido de preservação do espaço de memória daqueles que foram silenciados e desaparecidos pela desumanidade da ditadura militar. Daqueles que foram torturados, assassinados e tiveram a conivência da Cia Usina Cambahyba, permitindo que seus fornos fossem utilizados para incinerar 12 corpos de presos políticos e opositores do regime.

Nos fornos desta usina foram incinerados os corpos de diversos presos políticos e, até o momento, foram identificados 12 deles, por confissão de crime: Ana Rosa Kucinski Silva (ALN), Armando Teixeira Frutuoso (PCdoB), David Capistrano (PCB), Eduardo Collier Filho (APML),  Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira (APML), João Batista Rita Pereira (VPR), João Massena Melo  (PCB), Joaquim Pires Cerveira (FLN), José Roman (PCB), Luiz Inácio Maranhão Filho (PCB), Thomáz Antônio da Silva Meirelles Neto (ALN), Wilson Silva (ALN).

Em Alagoas

Em Alagoas, o Comitê Memória e Verdade está organizando uma série de eventos públicos para marcar a data como momento de conscientização, lembrança e memória das vítimas da ditadura militar no estado. As famílias dos presos, mortos e desaparecidos estão se mobilizando para participar dos atos.

Os alagoanos mortos e desaparecidos são: Odijas Carvalho de Souza (1945-1971), José Dalmo Guimarães Lins (1937-1971), José Gomes Teixeira (1941-1971), Manoel Lisbôa de Moura (1944-1973), Gastone Lúcia de Carvalho Beltrão (1950-1972) e Manoel Fiel Filho (1927-1976). Os desaparecidos: Luiz Almeida Araújo (1943-1971), Jayme Amorim de Miranda (1926-1975) e Túlio Roberto Cardoso Quintiliano (1944-1973), este preso em Santiago, levado para o Estádio Nacional, de onde desapareceu.

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