Na quinta-feira (30), o prefeito de Maceió, JHC (PL), disse à imprensa ter feito uma ligação para o governador Paulo Dantas (MDB), sugerindo a unidade entre Município, Estado e União com o objetivo de enfrentar os efeitos da tragédia provocada pela mineração de sal-gema realizada na capital pela Braskem. O maior crime socioambiental em área urbana do mundo já destruiu cerca de 10% do território da cidade.
O cálculo político dos crimes perpetrados pela Braskem foi relativizado. As 60 mil vítimas diretas foram desdenhadas pelas autoridades nos três níveis do poder. Os ministérios públicos Federal e Estadual, Defensoria da União e a Prefeitura de Maceió assinaram acordos lesivos à cidade, à cidadania e às vítimas.
A unidade pregada por JHC mas, até agora, não posta em prática, é necessária. Deveria ter começado desde 2018, quando ocorreu o primeiro terremoto na capital. Porém, ainda há tempo de unir forças contra a Braskem. A união dos poderes não pode ser uma mera estratégia de marketing, mas, uma realidade diante da segunda hecatombe que está em curso: o afundamento da mina 18.
A mina 18 é ponto sem retorno para a cidade Maceió e seus quase um milhão de habitantes. O impacto na economia, na mobilidade urbana, na saúde das 60 mil famílias nunca foi mensurado. Aliás, a prefeitura nunca quis tratar desses assuntos e os órgãos do Estado, exceção da Defensoria Pública Estadual, também jogaram contra aos interesses coletivos.
A realidade é que Maceió não se prepara sequer para o período chuvoso. Diante disso, como se preparar para um desastre que é único no mundo? O jogo de palavras e ação de marketing não evitam a tragédia.
É preciso dizer como será concretizada a unidade entre Prefeitura de Maceió e Estado de Alagoas. A iniciativa da ligação telefônica é louvável e, depois, o que virá?
O buraco é mais profundo e pode engolir a prefeitura inteira, assim como a cidade vem sendo engolida. A Braskem vem exercendo o papel de dirigente das ações, comandando, com as mãos invisíveis, os poderes do Estado e das instituições.
1 Comentário
Um verdade discorria neste artigo, mostra que bem todos são surdos, para ouvir os ecos dos gritos que ainda se eternizam de quem fez a escolha errada-, esperar em quem nunca saberá seu nome…vítimas de uma incompetência pública e de justiça.