18 de dezembro de 2023 9:23 por Geraldo de Majella
O anticomunismo continua sendo uma indústria rentável no Brasil. Em uma sacada irônica, o presidente Lula, ao falar que pela primeira vez um comunista será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou a imprensa corporativa e familiar e as redes sociais de extrema-direita em convulsão.
A nomeação para a Suprema Corte brasileira vem desde o Império, quando era denominada de Supremo Tribunal de Justiça (1828). Com a Proclamação da República, em 1889, mudou para Supremo Tribunal Federal (STF).
Flávio Dino é, realmente, o primeiro comunista nomeado para o STF – espero que outros entrem, é o meu desejo particular. A imprensa deixou de ressaltar os nomes e a biografias de dois socialistas que foram ministros do STF: Hermes Lima e Evandro Lins e Silva, fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Hermes Lima foi deputado estadual e deputado federal constituinte em 1946.
Flávio Dino transitou entre o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), tendo sido eleito deputado federal, governador do Maranhão por dois mandatos e senador da República, além de ter sido magistrado federal por doze anos.
O processo que convulsionou a imprensa brasileira, a direita e a extrema-direita moveu-se, essencialmente, pelo que passou e representa o ministro da Justiça, Flávio Dino, como personagem que, institucionalmente, encarnou a resistência ao golpe de Estado em marcha no dia 8 de janeiro. A agilidade e determinação política e a coragem cívica o catapultou para o proscênio da cena nacional e internacional.
Esse é o motivo da elite política estrilar, vociferar, bradar, deblaterar, protestar e reclamar diante da derrota da tentativa de golpe e, agora, da aprovação do nome de Flávio Dino, o comunista, para a Suprema Corte brasileira.
1 Comentário
Os aleluias enlouquecidos são os porta-vozes do ódio a Flávio Dino!