29 de março de 2024 11:17 por Da Redação
Está nas mãos do prefeito JHC, para sanção ou veto, o Projeto de Lei do vereador Leonardo Dias, aprovado pela Câmara de Maceió, que regulariza a emissão de vouchers para que as famílias matriculem seus filhos em instituições privadas com recursos públicos.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT/AL), “ao invés de valorizar os profissionais e a qualidade do ensino público, a Prefeitura de Maceió quer utilizar os recursos para mercantilizar a educação, numa proposta lamentável”.
As entidades ressaltam que a emissão de vouchers não foi discutida com a população e que, na verdade, acaba trazendo ainda mais desigualdade de ensino entre os mais pobres e os mais ricos. “O prefeito e vereadores que aprovaram o projeto deveriam se preocupar em valorizar os profissionais da Educação e promover melhores condições de trabalho nas unidades escolares, além de criar mais vagas através da construção de novas escolas e creches”, manifestarem-se em nota conjunta.
O professor Kleber Costa disse que a medida faz parte de um projeto iniciado com a aliança entre JHC e o então presidente Jair Bolsonaro (PL). “Desta aliança, ele consegue ganhar as eleições, e já prefeito me parece que o grande alvo dele tem sido a educação municipal. Primeiro, manda secretários do seu grupo político para gestar toda a rede, cava uma aliança com os grupos empresariais (eu falo nos institutos e fundações empresariais) que, em nome do capital, vêm disseminando no campo político e ideológico a sua discussão, uma discussão que se contrapõe à escola que almejamos, uma escola humanista, democrática, popular, uma escola para os filhos e filhas dos trabalhadores e trabalhadores”, denunciou.
O professor questiona a quem interessa o modelo educacional que está sendo implantado na capital pela gestão JHC. “Cava-se essa aliança, se efetiva essa aliança e esses aparelhos privados da hegemonia capitalista, eles já estão inseridos, sim, em toda a rede, com seus projetos, plataformas, todo o material… o material que vem para realmente esvaziar o currículo da educação básica aqui em Maceió, o material que vem para engessar o professor, a professora, atacando a sua autonomia”, diz.
Para que professores e alunos “fiquem quietinhos” diante desses ataques, o sindicalista afirma que a arma utilizada pelo município tem sido a implantação de uma política de “competências socioemocionais” na rede. “Depois uma investida no projeto protofascista das escolas cívico-militares, aí ele (JHC) pensa duas escolas-pilotos para se iniciar o projeto ultraconservador, reacionário, que vem para devastar a gestão democrática. A ideia é devastar esse projeto que resiste a essas manobras e ameaças do prefeito”, afirma.
Para Costa, o projeto de Leonardo Dias não passa de uma tentativa de tirar dinheiro da escola púbica e dar de mão beijada à rede privada, inclusive, a fundações mantidas por vereadores.