Depois de anunciar a compra do Hospital do Coração, no bairro da Gruta, por R$ 266 milhões, usando dinheiro do acordo de R$ 1,7 bilhão firmado com a Braskem, em julho do ano passado, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, assinou ordem de serviço, no valor de R$ 115 milhões, para a construção de 10 novas creches na capital.
Ao custo final de R$ 166 milhões, JHC contratou o Instituto de Gestão Educacional e Valorização do Ensino (Igeve), com sede em Campinas (SP), para gerenciar projetos educacionais na cidade. Segundo ele, o Igeve vai contratar 1.600 trabalhadores.
Os Termos de Colaboração entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto campinense somam para este ano, até o momento, R$ 49.320.033,60.
Pelo contrato, o Igeve vai receber a quantia de R$ 21.443,49 por criança. O prefeito e a secretária municipal de Educação, Jó Pereira, anunciaram a abertura de 2.300 vagas para crianças de 0 a 5 anos de idade.
Até agora foram anunciadas 529 vagas, distribuídas em cinco creches a serem construídas nos bairros Antares, Santos Dumont, Chã da Jaqueira, Tabuleiro e Ponta da Terra.
Os Gigantinhos, como foram denominadas as creches, são obras milionárias e que estão fora dos padrões quando se trata de custo ano/ano.
O prefeito JHC não é transparente no detalhamento dos recursos que o município recebeu da Braskem, por conta do afundamento de cinco bairros em decorrência da mineração de sal-gema, e em que estão efetivamente sendo utilizados. A falta de transparência fez surgir denúncias de que não está havendo licitações em diversos projetos.
Há quatro meses, durante entrevista coletiva em Brasília, JHC admitiu que já havia gasto R$ 400 milhões do valor a receber da Braskem, mas se recusou a fornecer detalhes de como o dinheiro foi usado. Laconicamente, disse: “é uma prerrogativa da municipalidade”.