A candidatura do advogado Ricardo Barbosa (PT) à Prefeitura de Maceió é uma oportunidade de unir os partidos de esquerda em torno da discussão de propostas para os reais problemas da cidade. A pauta da habitação popular pode ser um dos temas centrais do programa de governo. Barbosa tem a dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Eliane Silva, como candidata a vice-prefeita.
A atual administração não discute a questão habitacional, tampouco enfrenta o déficit habitacional em Maceió. A experiência de Eliane Silva como liderança dos sem-teto em Maceió é um meio de redirecionar os petistas e as demais forças de esquerda, que se distanciaram dessa pauta e de outras, como a criação de milhares de novas vagas para crianças em creches públicas.
A mobilidade urbana é uma necessidade para que a cidade cresça e se desenvolva com qualidade de vida para os trabalhadores, que pagam caro pelas passagens de transporte coletivo e sofrem com a baixa qualidade, já que a maioria esmagadora dos ônibus é velha e desconfortável.
A pauta de uma candidatura de esquerda não pode evitar essas três questões. Também não se pode relegar a um plano secundário o desmonte da educação e da saúde, que estão sendo privatizadas pelo prefeito João Henrique Caldas, o JHC, do PL, o partido de Bolsonaro.
O advogado Ricardo Barbosa e a líder do MTST têm condições políticas para enfrentar o desmonte da cidade, que vem sendo realizado nos últimos quatro anos. Os adversários da esquerda em Maceió são os candidatos da extrema-direita. O atual prefeito é o porta-voz do bolsonarismo e do que há de mais retrógrado na administração pública nas últimas décadas na cidade.
A preocupação dessa candidatura deve ser com a democracia e com o enfrentamento do que há de reacionário na política da capital.
Ousar lutar, ousar vencer.
1 Comentário
Não temos como criticar o desmonte da educação municipal se o partido não escreveu uma linha contra a venda das escolas do estado. Estamos perdendo a autenticidade de esquerda por conta de alguns cargos no governo.Que pena.