quarta-feira 15 de janeiro de 2025

Brookfield contrata bancos para vender parte ou controle da BRK Ambiental

Sem conseguir levar adiante os planos de oferta inicial de ações, a Brookfield passou a buscar alternativas para levantar capital na empresa de saneamento
Reprodução

Por Inteligência Financeira

A Brookfield contratou bancos para avaliar alternativas para sua saída de um investimento já maduro na carteira da gestora canadense, apurou o Valor. Há várias possibilidades na mesa, entre elas, a venda de fatia na holding, que pode incluir o controle, ou se desfazer de participações de três operações, segundo fontes, que pediram anonimato.

Para assessorar na operação foram contratados o BTG Pactual, Itaú BBA e Santander, bancos próximos da gestora. As vendas de fatia seriam nas operações de Macaé (RJ), São Paulo e Cachoeiro (ES).

Sem conseguir levar adiante os planos de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a Brookfield passou a buscar alternativas para levantar capital na empresa de saneamento. Ainda segundo interlocutores, o processo está no início e a Brookfield não tem pressa.

Uma das fontes afirmou que apesar do mercado estar fechado para aberturas de capital no momento, o setor de saneamento tem atraído forte interesse dos investidores, em parte por conta do processo de privatização da Sabesp, mas também pela forte agenda do setor, o que inclui concessões e investimentos pesados nos próximos anos. “A BRK pode ser um canal para se posicionar no setor”, disse.

A empresa passou por uma reestruturação no ano passado — até então, a discussão para a venda não estava ativa. Com a reestruturação encaminhada, a gestora canadense voltou a buscar alternativas no mercado para levantar capital.

Em 2022, a BRK Ambiental chegou a ensaiar, em duas oportunidades, uma oferta pública inicial de ações, mas o plano foi suspenso. A operação tinha o objetivo de levantar capital ao negócio, mas a Brookfield já admitia que poderia abrir caminho para sua saída do ativo, que é considerado um investimento maduro.

A canadense entrou na empresa em 2017, ao comprar a fatia de 70% na então chamada Odebrecht Ambiental — os outros 30% permanecem com o FI-FGTS.

O obstáculo central do IPO foi a precificação, dado o momento que estava desfavorável do mercado. Para a oferta sair, o valor dos papéis não poderia ficar abaixo do preço registrado pelo FI-FGTS em seu balanço . O fundo avaliava em 2022 que a BRK, como um todo, valia em torno de R$ 10 bilhões — preço que dificilmente seria atingido na oferta.

Um dos grandes desafios da BRK é sua alavancagem  financeira elevada. O indicador, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), encerrou o primeiro trimestre em 6,7 vezes — índice menor do que o registrado no ano anterior, de 7,3 vezes, mas ainda considerado alto.

Fontes do setor de saneamento afirmam que a BRK voltou a estudar novas licitações e está se preparando para os grandes leilões estruturados pelo BNDES, como a concessão de Sergipe, que deverá sair até o fim deste ano.

Mas ainda há dúvidas sobre a competitividade da empresa, tanto pelo balanço pressionado quanto pela indefinição societária. Desde o fim de 2020, quando a companhia conquistou a concessão da região metropolitana de Maceió, com uma oferta de R$ 2 bilhões, considerada agressiva, a empresa recuou e adotou uma postura conservadora nos leilões.

Procurada, a Brookfield não quis comentar o assunto.

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