Exigir que um político extremista tenha compaixão, sinta empatia ou misericórdia diante de tragédias familiares é perda de tempo. O que move esses políticos é o espetáculo despudorado. A morte de uma criança de quatro anos causou indignação nas redes sociais e na sociedade. Esse fato trágico aconteceu em Maceió. A Polícia Civil iniciou a investigação e, em 48 horas, identificou o assassino: o pai da criança. Esse é o resumo da tragédia familiar.
A dor provocada pela tragédia é sutilmente usada pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC). O prefeito se apropriou das imagens do sistema de videomonitoramento instalado na creche onde a criança era aluna e gravou um vídeo capcioso.
A utilização da tragédia de uma família para “lacrar” – na linguagem das redes sociais – é desumana. Esconder em sua fala (vídeo) que o trabalho realizado pela polícia alagoana foi eficiente e rápido é tripudiar sobre a dura realidade dos fatos.
A disputa político-eleitoral deve ter limites éticos, morais e humanitários. Sem que sejam estabelecidos parâmetros civilizados, passa a imperar, como na luta livre, o vale-tudo, onde golpes brutais são aplicados indiscriminadamente no adversário.
O prefeito, ao utilizar as redes sociais ardilosamente, “pede” à polícia para agir com “rigor”. Esse jogo insidioso de palavras demonstra o perfil do extremista que não mede consequências diante de uma tragédia.
Após o caso ser desvendado pela polícia, o prefeito não voltou às suas redes sociais para tratar do assunto. As curtidas e o engajamento já haviam ocorrido na sua página do Instagram.
O perfil político e ideológico do prefeito de Maceió é caracterizado pela frieza e o desamor.