Diagnosticada com toxoplasmose, a auxiliar de alfabetização Beatriz Silva Santos, de 24 anos, está grávida de seis meses e, desde o início da gravidez, saía de casa às 3h da manhã, em Senador Rui Palmeira, no Sertão alagoano, para fazer o pré-natal no Hospital Universitário (HU), em Maceió. A partir de agora, a distância para receber a assistência especializada foi reduzida, uma vez que ela passou a receber acompanhamento na Unidade Especializada em Pré-Natal de Alto Risco (Uepnar), que está funcionando no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca.
O novo serviço foi criado por meio da parceria entre as Secretarias de Estado da Saúde (Sesau), a quem o HEA é vinculado, e da Primeira Infância (Cria). A unidade funciona de segunda a sexta-feira e os atendimentos são agendados pelo Sistema de Regulação (Sisreg), na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de residência da gestante diagnosticada de alto risco.
“Eram quatro horas e meia de viagem até chegar em Maceió. Viajava na van disponibilizada pela Prefeitura de Senador Rui Palmeira, com outras pessoas que também iam para consultas e exames em Maceió. Saía de madrugada para encarar a estrada e só voltava no começo da noite, porque precisava esperar todo mundo estar livre. Chegava em casa com os pés inchados e dor nas costas”, lembra Beatriz Silva Santos.
A gestante enfatiza que, agora, pode ser atendida em Arapiraca. “Agora nem preciso acordar tão cedo. Não foi nem uma hora e meia de viagem entre Senador Rui Palmeira e Arapiraca. E o atendimento é muito bom e com profissionais atenciosos”, analisou Beatriz Silva Santos.
Para o secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, o ambulatório para gestantes de alto risco em Arapiraca vai reduzir os índices de mortalidade de gestantes e recém-nascidos e também a demanda por leitos de UTI Neonatal. “Porque essas gestantes passam a ter atendimento especializado perto de casa, com profissionais de diversas áreas, possibilitando o tratamento de suas patologias, antes do momento do parto”, explicou o gestor da saúde estadual.
Monteirópolis
Com oito meses de gravidez, Suzana Oliveira chegou à Uepnar acompanhada pelo marido, Antônio Carlos Oliveira. “A gente acordava 1h30 da manhã quando precisava viajar para fazer o pré-natal em Maceió. Era muito cansativo viajar grávida por mais de três horas”, afirmou a dona de casa que reside na comunidade Lagoa do Rancho, em Monteirópolis.
“A minha gravidez é de alto risco porque os exames apontaram toxoplasmose. Então estamos com todos os cuidados. A implantação da Uepnar para gestante de alto risco em Arapiraca é uma vitória para a saúde, para as gestantes e bebês. A viagem não passa de uma hora e fica mais fácil e rápido o acesso aos exames e consultas”, comemorou.
Pedro Lucas é o primeiro filho do casal sertanejo. “Ela levava três dias para se recuperar da viagem até Maceió. Agora está mais perto e prático. Estamos felizes por este avanço”, afirmou Antônio Carlos, que trabalha como motorista de ambulância.
Para a enfermeira Taylane Araújo, coordenadora da Uepnar, o serviço vai ajudar a reduzir o índice de mortalidade materno-infantil, facilitando o acesso às consultas e exames. “Oferecemos consultas com obstetras, cardiologista, nefrologista e endocrinologista, além de acompanhamento com enfermeira, nutricionista, assistente social e psicólogo. Também ofertamos exames laboratoriais, ultrassonografia e a cardiotocografia”, explicou.
A diretora geral do HEA, Bárbara Albuquerque, a Uepnar é mais um serviço oferecido na estrutura da maior unidade hospitalar do interior de Alagoas, que tem a missão de salvar vidas. “A iniciativa da Sesau e Cria mostra a preocupação do Governo do Estado com a saúde das gestantes e dos bebês. São os primeiros passos para um avanço gigante na saúde pública no interior de Alagoas”, frisou.
Por Assessoria