Maceió é a única cidade brasileira que tem dois prefeitos: o que foi eleito, João Henrique Caldas (JHC), do PL, e o “prefeito” de fato: André Araújo, gerente de Mobilidade Urbana da Braskem. Esse fato não tem sido explorado pelos políticos, principalmente, os da oposição.
JHC é quem fala o que não realiza, grava vídeos para as suas redes sociais, orientado pelo seu marqueteiro. Mas, quem está à frente das maiores obras na capital não é a prefeitura, como podemos ver no site da Braskem – www.braskem.com.br/alagoas.
Ao portal TNH1, no último dia 29 de maio, André Araújo que a Braskem contratou empresas especializadas para fazer o planejamento e os projetos, “custeando essas empresas e coordenando, em conjunto com os órgãos responsáveis do Município, a implantação dessas obras”.
As obras de mobilidade urbana pontuadas no acordo assinado entre os ministérios públicos Estadual, Federal, Defensoria Pública da União (DPU) e Prefeitura de Maceió não levaram em consideração a legislação federal que estabelece que Maceió tem, obrigatoriamente, que elaborar o Plano de Mobilidade Urbana municipal, o que não foi feito.
A Braskem “planeja”, executa as obras, as paga e manda em Maceió
As peças publicitárias da mineradora Braskem detalham as informações das obras que estão sendo executadas na cidade. Não há nenhuma menção à Prefeitura de Maceió, muito menos, alguma menção a planejamento urbano.
Para piorar, a Secretaria Municipal de Planejamento foi extinta. Em seu lugar, foi criado o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maceió (IPLAM), autarquia sem capacidade técnica para planejar qualquer tema da cidade.
É uma instituição onde os indicados recebem os maiores e melhores salários da administração municipal. Esses funcionários comissionados são indicações de vereadores e do prefeito.
O gerente de Mobilidade Urbana da Braskem pontuou ao TNH1 uma série de obras incluídas no acordo e que estão sendo executadas pela Braskem:
- A via que vai ligar as avenidas Durval de Góes Monteiro e Menino Marcelo. O traçado dessa obra vai destruir 25 casas e os órgãos que assinaram o acordo não atenderam aos apelos dos moradores que apresentaram um traçado que preservaria os imóveis. Essas obras terão duas faixas em cada sentido e 2,3 quilômetros de extensão, a via está sendo projetada como um dos principais corredores de trânsito da cidade. A avenida será implantada entre o cruzamento da Galba Novaes de Castro, na Durval de Góes, e o cruzamento da Rua Audálio Lopes da Silva, na Menino Marcelo.
- Construção de pista com três faixas para conectar a Rua José das Silveira Camerino com o Norte da cidade.
- Duplicação de via na Rua José da Silveira Camerino
- Construção de acesso à região Sul, ligando a ladeira do Teobaldo à Cambona e Farol.
O orçamento dessas obras é de R$ 360 milhões, custeado pela Braskem. São mais de 33 quilômetros de ruas e avenidas.