20 de julho de 2024 8:55 por Da Redação
O prefeito de Maceió, JHC, e a petroquímica Braskem continuam a demolir Maceió. Centenas de pessoas, a maioria idosos, insatisfeitos e revoltados com as avaliações e indenizações de imóveis no bairro Antares, devido a um projeto de construção da Via Verde, adoecem e muitos choram todos os dias, como é o caso da Dona Tereza, que mora ao lado da Praça do Antares II. Sua casa e a praça também serão demolidas.
O projeto Linha Verde ligará as avenidas Menino Marcelo e Durval de Góes Monteiro, começando na Tupan até a Via Expressa, passando pelo loteamento Terra de Antares, por cima de casas e várias quadras do bairro, apesar de existirem cinco propostas elaboradas pela própria população, com apoio de urbanistas da Ufal, de vereadores e outros profissionais que provaram, tecnicamente, que outras alternativas reduziriam significativamente o impacto da obra. JHC seguiu em frente com o projeto mais destrutivo para Maceió, desapropriando mais famílias, literalmente, como mostrou nas redes sociais, a obra segue.
O projeto é liderado pessoalmente pelo prefeito JHC, como solução da mobilidade da região. A obra é paga pela Braskem, com dinheiro do acordo bilionário. JHC e Braskem continuam demolindo bairros e agem no Antares, depois da mineradora destruir cinco bairros de Maceió.
Indenizações estão abaixo do valor de mercado dos imóveis
O traçado imposto, além de destruir o loteamento com uma via de alta velocidade no meio do bairro, propõe uma indenização abaixo do mercado imobiliário local, segundo corretores consultados.
A população, revoltada, destaca a subvalorização das propriedades em relação ao mercado, citando exemplos específicos, como a casa de Luciano e outra ao lado da de Abraão, ambas avaliadas muito abaixo do valor justo. Uma parte da população pressupõe que essas avaliações subestimadas são uma retaliação pelas reclamações dos moradores na imprensa e por terem pedido apoio a técnicos e especialistas da Ufal, que, tecnicamente, mostraram que havia outras saídas menos impactantes. Uma das alternativas propostas pela população reduz a demolição de casas em 70% e passa por uma avenida já existente, e onde deveria ser traçada a via, do ponto de vista urbanístico.
A via proposta a ser duplicada se chama avenida Maria Carolina.
Mesmo sem ter pago nada pela desapropriação injusta, JHC autorizou as máquinas de construção a fazerem a via. Os barulhos de máquinas na área verde próximo às casas é uma tortura para idosos e pessoas que moram na região há mais de 40 anos e não foram ouvidas, apesar da oposição dos moradores.
A preocupação com a falta de respeito aos direitos dos moradores criou um pânico no bairros e os moradores já se articulam para reagir de forma enérgica e até fazer barricadas no bairro. “Um dos moradores consultados diz que esse clima de guerra poderia ser evitado pelo prefeito e que a população é a favor da via, só que de forma que impacte o mínimo como já foi provado, vide as alternativas apresentadas pelos professores da Ufal e outros técnicos’.
Um dos moradores que preferiu não se identificar com medo de represálias diz: “O prefeito JHC nunca veio aqui no bairro conversar com moradores, ele mandou todo mundo e até o MPF veio aqui, no final, só validaram a vontade do JHC”. E continua: “porém, as máquinas da Braskem e seus engenheiros já começam a passar a retroescavadeira, mesmo sem pagar à população’.
Exemplos de Avaliações Injustas, segundo corretores que moram no bairro:
- Casa de um morador identificado como Luciano, avaliada em R$ 545 mil, 40% abaixo do valor de mercado.
- Casa ao lado do morador, de Abraão, avaliada em R$ 550 mil, também subvalorizada em, aproximadamente, 50%.
Apesar dessa desvalorização para a população, a obra de JHC e da Braskem custa R$ 144 milhões por 2,37 km.
Enquanto JHC paga metade do valor para idosos do Antares, a via custará mais de 60 milhões por quilômetro, passando dentro de áreas de construtoras e empreendedores do mercado imobiliário.
O clima de revolta tomou conta do Antares II. A população disse que irá reagir e defender o território. “Será que estamos diante de uma batalha campal urbana?”, indagou uma moradora.
População segue pedindo a JHC que reveja a obra e promete ir até o fim defendendo sua dignidade.