Por Neirevane Nunes*
Sem dúvida, em todo conflito socioambiental, as mulheres estão entre os mais vulneráveis e aqui em Alagoas essa dura realidade se repete com o crime da mineração de sal-gema pela Braskem!
Em minha fala trago todas as mulheres guerreiras vítimas da Braskem, mulheres adoecidas psicologicamente e fisicamente, mulheres que tiveram seus sonhos destruídos. Mulheres que tiveram que deixar tudo para trás, que tiveram suas vidas fragmentadas, seus vínculos rompidos, sua família esfacelada.
As mulheres que se encontram condenadas a uma situação desumana nas áreas das bordas do mapa oficial de risco como nos Flexais, Quebradas, Marquês de Abrantes, Bom Parto, Vila Saem e outras famílias que estão isoladas.
Mulheres que perderam a segurança de ir trabalhar e estudar. Mulheres mães que sofrem por seus filhos não terem mais escola na comunidade pra estudar. Mulheres que não têm mais a unidade de saúde ou Cras (Centro de Referência em Assistência Social) onde eram assistidas.
Mulheres que perderam seu emprego e renda e que, por isso, passam por dificuldades constantes com sua família. As mulheres que tombaram, morreram e deixaram seus filhos porque tiveram sua vida devastada pela Braskem criminosa.
Justiça por nós mulheres, por nosso povo e nosso território!
*Bióloga e Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas da Unima.