sexta-feira 22 de novembro de 2024

Considerações sobre a repavimentação de Maceió

Os estudos para o asfaltamento de Maceió foram feitos dentro dos critérios técnicos? Se foram, onde podemos encontrá-los?
Foto: Secom Maceió

Por Dilson Ferreira*

Sobre a repavimentação (nome técnico) das ruas de Maceió, algumas questões importantes devem ser levantadas:

  1. Quanto tempo um asfalto tem de vida útil?

Entre 10 a 25 anos, dependendo do uso e do asfalto.

  1. Quando se é recomendado trocar o asfalto de uma rua?

Depende do tipo de tráfego, do nível de degradação do pavimento, se a via está comprometendo a segurança viária de veículos e pedestres.

Vamos aos problemas mais graves para justificar uma troca:

  1. A primeira é o desgaste superficial, rachaduras, buracos na via, ou esfarelamento superficial do pavimento. Só se justifica a troca do asfalto se forem danos muito grandes que comprometam a segurança da via com risco de acidente.
  2. Problemas estruturais. Se o asfalto tiver problemas estruturais (afundamentos, deformações ou fissuras extensas e profundas), recomenda-se a troca.
  3. Problema de acúmulos de água. Se a água estiver acumulando na rua por má drenagem ou nivelamento errado da rua, pode ser necessário substituir o asfalto e corrigir a drenagem.
  4. Vida útil do pavimento. Depois de 10 a 25 anos, se recomenda a repavimentação, caso o asfalto esteja desgastado.
  5. Outro ponto é o atendimento a novo traçado da rua, nova legislação de trânsito, duplicação da rua, reforço para novos tráfegos etc…
  6. Existem ainda outros problemas técnicos que justificam trocar o asfalto, como: contração, escorregamento de asfalto em pontos de ônibus, ondulações na rua, manchas de combustível.

A decisão final deve ser baseada em uma inspeção técnica realizada por profissionais qualificados, que podem avaliar o estado do pavimento e determinar a melhor solução.

Que tipo de estudo técnico pode recomendar a troca de pavimentos das ruas de Maceió?

A troca de asfalto em vias públicas, geralmente, é definida por estudos de pavimentação e de gerenciamento de pavimentos. Isso é o padrão comum para quem trabalha na área de infraestrutura.

Vou tentar ser didático:

O principal é o estudo de Avaliação da Condição do Pavimento (PCI – Pavement Condition Index). Essa avaliação utiliza inspeções visuais e medições para determinar o índice de condição do pavimento, que varia de 0 (muito ruim) a 100 (excelente). Baseado nesse índice, é possível determinar se o pavimento precisa só de manutenção ou de troca total do asfalto.

Outras análises precisam ser feitas:

Testes de resistência do pavimento: incluem testes como o CBR (California Bearing Ratio) e ensaios de resistência à tração e compressão, que ajudam a determinar a capacidade de carga e a integridade estrutural do pavimento da via.

Por fim…

O Estudo de Custo-Benefício: como se trata de um investimento alto, este estudo define se é  mais econômico realizar reparos ou substituir completamente o pavimento com base nos custos e na vida útil do asfalto.

Esses estudos são, geralmente, conduzidos por engenheiros civis especializados em pavimentação e manutenção de estradas, e as decisões são baseadas em uma combinação de fatores, incluindo a condição atual do pavimento, o orçamento disponível e as necessidades de tráfego.

Esses estudos costumam ser conduzidos por equipes de infraestrutura especializadas em pavimentação e manutenção de vias.

Eu pergunto: estes estudos para o asfaltamento de Maceió foram feitos dentro destes critérios técnicos? Se foram, onde podemos encontrá-los?

Qual foi o custo de asfaltar boa parte de nossas vias? Por que asfaltar no inverno? Por que asfaltar faltando dias antes das eleições?

Existe um planejamento disso tudo? Onde podemos ver esse planejamento?

Fica aqui uma profunda reflexão!! Afinal, trata-se de recursos públicos e requer planejamento.

*É arquiteto, urbanista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)

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