O presidente Lula é um espectador privilegiado na disputa pela sucessão da Presidência da Câmara Federal. O deputado Arthur Lira (PP-AL), impedido pelo regimento de disputar novamente o cargo, quer emplacar um nome de sua inteira confiança para continuar influenciando o poder.
O nome do deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), apoiado inicialmente por Arthur Lira, não se viabilizou e foi sacrificado. Em faixa própria, dois nomes procuravam se fortalecer: Marcos Pereira (Republicanos-SP), atual vice-presidente da Câmara, e Antônio Brito (PSD-BA). Outro nome, o terceiro, disponível para a disputa é o deputado Isnaldo Bulhões (MDB).
Lula, do gabinete presidencial, observa o jogo. O primeiro tempo da partida terminou favorável para ele. Marcos Pereira muda o rumo do jogo ainda no primeiro tempo, desistindo de pleitear a Presidência da Câmara e apresenta o nome do deputado Hugo Mota (Republicanos-PB).
A movimentação de Marcos Pereira foi rápida e, pelo que veio a público, estratégica, deixando Arthur Lira sem reação para impedir a nova articulação conduzida por Pereira que indica o deputado Hugo Mota, que passou a ser avaliado por Lula como nome capaz de unificar as candidaturas, retirando sutilmente o comando da sucessão unicamente das mãos de Arthur Lira.
Elmar se sente traído por Lira
O deputado Elmar Nascimento terá fôlego para se lançar candidato independente de Arthur Lira? Essa é uma questão que levará alguns meses para ser respondida, já que a eleição será em fevereiro de 2025. Os próximos meses serão decisivos para avaliar sua candidatura ou se unir à chapa encabeçada por Hugo Mota.
Lira tem pressa, Marcos Pereira também, mas entre os interessados, Lula é o único que não está apressado ou ansioso para decidir; ele sabe o momento certo para agir. Sem arroubos e com calma, Lula tem superado as dificuldades impostas por Arthur Lira. O deputado alagoano enfrentará dias de solidão na vastidão do Planalto Central.
Aguardar fevereiro pode ser uma eternidade.