Por Geraldo de Majella*
Diante da repercussão nacional e internacional do ato terrorista da última quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a extrema-direita permanece em silêncio. Esta é uma estratégia calculada para evitar maior desgaste político, uma vez que o ato de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, o “Tiü França”, filiado ao Partido Liberal (PL) de Jair Bolsonaro é amplamente associado aos desdobramentos da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.
Por outro lado, a militância extremista tenta desviar a atenção das possíveis conexões entre esses episódios e a radicalização promovida pelos bolsonaristas. Em Alagoas, a bancada da extrema-direita é formada pelos deputados federais Alfredo Gaspar (União Brasil) e Delegado Fábio Costa (PP), além dos deputados estaduais Cabo Bebeto (PL) e Delegado Leonam (União Brasil).
Na Câmara Municipal de Maceió, destacam-se dois vereadores com perfil extremista: Leonardo Dias (PL) e Delegado Thiago Prado, eleito para o primeiro mandato. Apesar de serem figuras conhecidas por sua intensa atividade nas redes sociais, esses políticos mantiveram silêncio diante do atentado terrorista realizado por Francisco Wanderley Luiz.
A identificação ideológica desses políticos com os extremistas fica evidente na defesa que fizeram dos atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas. Agora, diante do atentado em Brasília, onde um correligionário deles explodiu bombas na Praça dos Três Poderes, a resposta tem sido um conveniente silêncio. Essa postura reforça a concordância com ações que atentam contra a democracia e o estado de direito.
Terrorismo
O catarinense Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, filiado ao Partido Liberal (PL) — legenda do ex-presidente e líder da extrema-direita Jair Bolsonaro —, foi o responsável pelas explosões na Praça dos Três Poderes. Na noite de quarta-feira (13 de novembro de 2024), ele tirou a própria vida. O plano de Wanderley incluía detonar explosivos no Supremo Tribunal Federal (STF) e, em seguida, cometer suicídio.
Após os atentados terroristas, o Partido Liberal (PL) anunciou a desfiliação de Francisco Wanderley Luiz, que em 20220 havia se candidatado a vereador pelo PL no município de Rio do Sul (SC), mas não conseguiu se eleger.
*É historiador e jornalista