2 de dezembro de 2024 7:51 por Da Redação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a implorar por anistia ao fazer, na última quinta-feira (28), um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa ocorre em meio às tentativas de Bolsonaro de minimizar sua responsabilidade como articulador e principal beneficiário da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023.
A Polícia Federal, ao indiciar o ex-presidente e outros 36 militares e civis, afirmou que ele tinha “pleno conhecimento” do plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, cabe ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se apresenta denúncia contra o ex-presidente e os demais investigados, se arquiva o inquérito ou solicita novas diligências.
As delações dos militares envolvidos nas tramas golpistas têm causado grande apreensão a Jair Bolsonaro, seus filhos e aos oficiais superiores das Forças Armadas indiciados e a outros cujas participações na trama ainda não vieram a público.
Os núcleos golpistas indiciados são uma parte significativa dos criminosos, mas ainda está longe de reunir a maioria dos extremistas. Os políticos com mandatos parlamentares, deputados federais e senadores, estão com as barbas de molho. As conexões montadas pela Polícia Federal são tidas como arrasa-quarteirão pela amplitude e, principalmente, pelo volume de provas dos crimes.
Os núcleos golpistas indiciados representam uma parte significativa dos envolvidos, mas estão longe de abranger a maioria dos extremistas. Parlamentares, incluindo deputados federais e senadores, estão em estado de alerta. As conexões desvendadas pela Polícia Federal têm sido consideradas devastadoras, tanto pela amplitude das descobertas quanto pelo volume consistente de provas que apontam para os crimes cometidos.
Assassinatos e Campos de Prisioneiros de Guerra
A cadeia de comando, característica da caserna, perde completamente o sentido fora desse ambiente. Para aqueles indiciados com chances reais de condenações superiores a 20 anos de prisão, não há hierarquia: todos se tornam presos comuns, submetidos ao Código Penal. Na prática, não existem generais que ordenem nem subalternos que obedeçam; todos estão sob o mesmo status perante a Justiça.
O que está ocorrendo é que, antes das prisões, novas delações serão feitas por aqueles que tentam se livrar da possibilidade de passar o resto de suas vidas nos presídios. A extrema-direita planejou um golpe com minúcias de detalhes, incluindo até mesmo os métodos para assassinar as principais autoridades do Brasil e a forma como os demais seriam levados para os CPGs (Campos de Prisioneiros e Guerra), inspirados nas práticas dos nazistas na Alemanha hitlerista.
O líder é covarde
O líder da extrema-direita tem se revelado um covarde, incapaz de demonstrar dignidade diante de seus próprios aliados para enfrentar a evidência dos fatos descobertos pela PF e tornados públicos. Jair Bolsonaro vem articulando uma estratégia para salvar a si mesmo, enquanto empurra os demais para o cadafalso. Preservar o próprio pescoço à custa dos outros tem sido uma constante em sua trajetória.
A aplicação de punições exemplares a todos os envolvidos no planejamento e na execução das etapas da tentativa de golpe de Estado é essencial para o fortalecimento da democracia. Essa medida reafirma a supremacia da Constituição Federal perante as Forças Armadas, os partidos políticos que apoiam ou flertam com ações antidemocráticas e as polícias militares. É necessário que civis e militares compreendam que atentar contra a ordem constitucional configura crime de lesa-pátria.