27 de novembro de 2020 12:46 por Da Redação
Por Lauriberto Pompeu, do Congresso em Foco
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) age para que um aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seja escolhido pelos deputados em fevereiro para comandar a Casa Legislativa. O seu principal objetivo é impedir que o deputado Arthur Lira (PP-AL), seu rival direto em Alagoas, vire presidente da Câmara. Líder do Centrão e do PP, Lira é o favorito do presidente Jair Bolsonaro para a sucessão de Maia.
Foi Renan quem tornou possível o jantar de reconciliação entre Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes, no início de outubro. Maia e Guedes estavam rompidos há mais de mês e, desde então, reforçaram o discurso de unidade em torno da aprovação das reformas.
O Congresso em Foco confirmou com interlocutores do ex-presidente do Senado que ele está focado nos últimos dias na eleição para prefeito de Maceió (AL), mas que, após o segundo turno, pretende se lançar nas articulações em favor do grupo de Maia.
O presidente ainda não definiu quem vai ser seu candidato, mas já articula a criação de um bloco. Tentam concorrer pelo grupos os deputados Baleia Rossi (MDB-SP), que preside o partido de Renan, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária, Marcos Pereira (Republicanos-SP), vice-presidente da Câmara, Luciano Bivar (PSL-PE), presidente do PSL, e Elmar Nascimento (DEM-BA), ex-líder de seu partido.
A rixa entre Lira e Renan se agravou nesta eleição municipal, pois o vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa, resolveu se candidatar a prefeito de Arapiraca (AL). A decisão levou à sua expulsão do MDB. Barbosa venceu a eleição, mas sua candidatura está sub judice e não há definição se vai poder assumir o cargo.
A ausência de Luciano Barbosa no cargo de vice atrapalha os planos do governador Renan Filho (MDB), filho do senador, que pretende renunciar ao mandato em 2022 para concorrer ao Senado.
Sem o vice-governador, o cargo passaria a ser ocupado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (Solidariedade), que é aliado político de Arthur Lira. Com um governador ligado ao deputado, no entendimento de emedebistas, seria dificultada a articulação de Renan Filho para emplacar seu sucessor.
Em Maceió, Arthur Lira viu seu candidato, Davi Davino (PP), ficar de fora do segundo turno. A disputa no domingo será entre o deputado JHC (PSB) e Alfredo Gaspar (MDB), afilhado político de Renan. Assim como no primeiro turno, a decisão final deve se dar por diferença pequena de votos, o que torna o cenário imprevisível para o próximo domingo.