22 de março de 2021 9:16 por Thania Valença
A Associação Indígena do Grupo Wpyra – Swpyra Xukuru – Kariri da Mata da Cafurna do município de Palmeira dos Índios, em Alagoas, promove nesta quinta-feira, 25, o webinário “Saberes e Fazeres da Medicina Indígena e Quilombola: cura através da alimentação na pandemia”. O webinário é uma videoconferência na qual a comunicação é de apenas uma via, ou seja, somente o palestrante se expressa e as outras assistem (semelhante a vídeo-aulas).
Esse, da Associação Indígena, será transmitido a partir das 15h, pelos canais no youtube da Pró-reitoria de Graduação da Universidade Federal de Alagoas (Prograd/Ufal) e do projeto de extensão Bureau de Comunicação Comunitária no Combate à Covid-19.
Caberá à representante do Grupo Wpyra – Swpyra Xukuru – Kariri da Mata da Cafurna, meizinheira (agricultora que produz remédios caseiros à base de plantas) Koran Xukuru-Kariri, receber convidados especiais para debater sobre a importância da alimentação indígena e quilombola e a cura através de ervas medicinais e sua realidade hoje, com a pandemia. Koran, que também fará parte do webnário, é mestra dos saberes populares sobre cura e manutenção da saúde por meio do uso de plantas medicinais, cânticos, danças e arte.
Bisneta da Mestra Firmina Mercê de Jesus, que alimentou e educou a comunidade do Quilombo Lunga, em Taquarana/AL, Antônia do Espírito Santo traz consigo o legado da família que é organizar a Festa do Meado de Agosto, um evento criado a mais de 200 anos, por pequenas famílias agricultoras que festejavam a colheita sempre na metade do mês de agosto. Símbolo de resistência e ancestralidade, a festa do Meado de Agosto comemora também o dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, celebrada com uma procissão no dia 15 de agosto, por isso o nome de “Meado de Agosto
Mestre Tonha, como é conhecida, fortalece a gastronomia de cultura afro brasileira, levando aos visitantes e descendentes os saberes e fazeres da cultura alimentar do Quilombo Lunga, lugar reconhecido como Comunidade Remanescente de Quilombo pela Fundação Cultural Palmares.
Já Theresa Siqueira, é formada em nutrição pela Universidade Federal de Alagoas e professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL). Participa da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (Aneps) e é mestra em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A mediação fica por conta de Keka Rabelo, produtora e assessora cultural de movimentos sociais.
A ação tem contrapartida da Lei Aldir Blanc com os editais Prêmio Mestres e Mestras da Cultura Alagoana 2020 – Edital Dalva Castro, da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult), e Prêmio Jacinto Silva, disposto no inciso II do Art. 2º da Lei nº 14.017/2020 do município de Palmeira dos Índios. A Lei Aldir Blanc é uma renda emergencial de apoio ao segmento artístico e cultural que foi diretamente impactado com a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Com isso, o projeto promove um momento de debate e reafirmação social.
Release produzido pela jornalista Pei Shung Fon, voluntária do projeto de extensão Bureau de Comunicação Comunitária no Combate a Covid-19 da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), coordenado pela professora do curso de relações públicas, Manuela Callou, e pela produtora e assessora cultural Keka Rabelo.