Após mais de duas horas de negociação, os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Alagoas (Sinttro/AL) decidiram suspender a greve marcada para hoje (9) e aceitaram submeter à apreciação da categoria a proposta de acordo apresentada pelo desembargador vice-presidente e corregedor do TRT/AL, João Leite de Arruda Alencar. Com isso, o maceioense não ficará sem transporte coletivo nesta sexta-feira.
Nessa quinta-feira (8), o Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) realizou uma audiência telepresencial de conciliação entre o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb/Mac), o Sinttro/AL e o município de Maceió.
Nela, o desembargador João Leite sugeriu que a categoria aceitasse a proposta do Sinturb, que reivindica assumir a administração do plano de saúde que sempre foi conduzida pelo Sinttro. Ao mesmo tempo, propôs que a redução do valor do tíquete-alimentação não seja de R$ 500 para R$ 200, como defendida pelas empresas, mas para R$ 400, e que, em setembro, as partes voltem a se reunir para tratar sobre a manutenção do valor ou sua recomposição gradativa.
Empresários alegam perda de passageiros para cortar tíquete-alimentação
A proposta do Sinturb era diminuir o valor do ticket para R$ 200 e reajustar para R$ 350 em março de 2022. O sindicato patronal também propôs que a cada 500 mil novos passageiros que regressarem ao transporte público, faria uma recomposição de R$ 50 até retornar ao valor atual de R$ 500, quando o sistema voltar a registrar um fluxo de 5,5 milhões de passageiros por mês.
O advogado do Sinturb, Fernando Paiva, justificou que as medidas só estão sendo propostas pelos empregadores por conta de vários fatores que vêm agravando a crise no setor nos últimos anos.
Como exemplo, citou a evasão de passageiros, a redução do preço das passagens de R$ 3,65 para R$ 3,30, determinada pela Prefeitura de Maceió, bem como a lei da gratuidade para os estudantes, que também foi uma medida encabeçada pelo executivo municipal.
Trabalhadores temem perder plano de saúde em meio a pandemia
A proposta defendida pelos trabalhadores era que as empresas mantivessem todas as cláusulas da última convenção coletiva e realizassem o repasse dos valores referentes ao pagamento do Plano de Saúde e do tíquete-alimentação, que estão atrasados desde o mês de janeiro.
Segundo o advogado do Sinttro, Ricardo Coelho, mais de 4 mil pessoas, entre empregados e seus dependentes, estão ameaçadas a ficar sem plano de saúde em plena pandemia já neste sábado (10), em decorrência desse atraso, visto que a operadora do Plano está ameaçando suspender os atendimentos.
Na oportunidade, o representante da Prefeitura de Maceió, Carlos Alexandre Pereira, comprometeu-se a tentar agilizar o pagamento de R$ 1,5 milhão, referente ao aporte do subsídio que o município tem a repassar às empresas.
Uma nova audiência foi agendada para as 14h30 da próxima terça-feira (13.04) e por ser pública, poderá ser acompanhada ao vivo pelos interessados no canal do YouTube do TRT/AL (https://www.youtube.com/trt19alagoas).
*Com Ascom TRT