19 de julho de 2021 11:52 por Da Redação
Um caso que chocou não só a população alagoana, mas todos os brasileiros, o afundamento de 5 bairros em Maceió é o tema do longa-metragem “A Braskem passou por aqui: a catástrofe de Maceió”, com pré-lançamento marcado para esta quinta-feira, 22, em São Paulo. O lançamento será às 19h, no espaço Corp Tower (Rua Bela Cintra, nº 1200), entre a Av. Paulista e a Alameda Santos.
O filme mostra um dos maiores crimes socioambientais que já aconteceu no mundo. Na capital alagoana, em todos os bairros afetados pelo afundamento, o sentimento é um só: desamparo. Foram 15 mil residências destruídas em 250 hectares. Mais de 65 mil moradores expulsos, que buscam uma resposta da Mineradora Braskem S/A, empresa responsável pelos danos que, além de materiais, são emocionais.
O documentário, produzido pelo o documentarista argentino/brasileiro Carlos Pronzato, traz vários pontos de vistas que envolvem o caso. A pré-estreia também terá a presença dos movimentos sociais alagoanos que lutam para garantir os direitos das vítimas.
“Lançar o documentário em São Paulo significa fazer ecoar a voz das 67 mil vítimas desse crime para além dos olhos e ouvidos onipresentes da mineradora criminosa em Alagoas, denunciando a proporção inédita de um desastre ambiental que seria um verdadeiro escândalo em qualquer outro lugar do mundo, digno das manchetes dos veículos de imprensa mais importantes do planeta”, ressalta Carlos Pronzato.
O documentário de Carlos Pronzato relata, em 80 minutos, o drama das vítimas e o silêncio das autoridades. Pronzato passou várias semanas no “Paraíso das Águas”, onde os tradicionais bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol estão afundando em meio a 35 minas de sal-gema. Essas minas foram exploradas durante mais de 40 anos pela petroquímica Braskem (controlada pela Odebrecht e a Petrobras) sem qualquer fiscalização efetiva por parte de autoridades e agentes públicos.
O professor José Geraldo Marques, que era gestor do Instituto do Meio Ambiente em Alagoas, quando a atividade minerária foi iniciada, e Alexandre Sampaio, empresário, jornalista, corretor de imóveis e uma das lideranças de movimentos sociais que persistem na luta política travada contra a multinacional, são entrevistados.
Carlos Pronzato
Poeta, escritor, diretor teatral e cineasta/documentarista argentino residente no Brasil. Suas obras audiovisuais e literárias destacam-se pelo compromisso com a cultura, a memória e as lutas populares. Dentre seus mais de 80 documentários, destacam-se: “O Panelaço, a rebelião argentina”, “Bolívia, a guerra da água”, entre outros.