sábado 21 de dezembro de 2024

Governo Bolsonaro gasta R$ 3,6 mi em Dubai, e brasileiros catam lixo para comer

Presidente da República já chegou a dizer que fome no Brasil é “uma grande mentira” e que, na média, todo mundo engordou um pouco

19 de outubro de 2021 11:38 por Da Redação

Eduardo Bolsonaro ostenta em Dubai, enquanto milhões assam fome no Brasil | Reprodução

As redes sociais foram tomadas nesta segunda-feira (18) por uma imagem escandalosa. Pessoas desesperadas pegando lixo dentro de um caminhão que retirava resíduos de um supermercado. No país governado por Jair Bolsonaro, para quem a fome é mentira, o desespero era para encontrar o que comer dentro do lixo. Mulheres, crianças, idosos. Segundo reportagem do portal G1, a imagem foi feita por um motorista de aplicativo na porta de um supermercado no bairro Cocó, área nobre de Fortaleza. O vídeo é de 28 de setembro, mas de acordo com um funcionário do supermercado isso acontece todas as semanas. “Ele contou que crianças também buscam comida que seria jogada em um lixão”, informa a reportagem.

Outra imagem também chocou os brasileiros. No mesmo dia em que foi divulgado o vídeo do fome flagrante, a esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, mostrou sua família vestida a caráter, em Dubai. Programa de turista endinheirado, a fotografia custa cerca de R$ 1.000. A informação é do Poder 360.

Comitiva de R$ 3,6 milhões

Não bastasse o escândalo diante da fome, da miséria e das mortes por covid-19 que assolam o Brasil por total descaso do governo Bolsonaro com o povo, a viagem a Dubai é também um rombo nos cofres públicos. A comitiva brasileira que viajou para “participar” da Expo Dubai 2020, relata a reportagem do Poder 360, leva o vice-presidente Hamilton Mourão e outras 69 pessoas do governo. O custo para os brasileiros pode chegar a R$ 3,6 milhões.

Bolsonaro já chegou a dizer, em julho de 2019, que “falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira”. Voltou atrás como é seu modus operandi de desgovernar. Mais recentemente, em setembro, afirmou: “Alguns passam fome? Sim, passam fome. Mas a média dos que passaram a comer mais foi bem maior. Se você lembrar de quanto pesava no ano passado e quanto pesa agora, na média todo mundo engordou um pouco mais. É uma realidade”, disse o ex-capitão.

Talvez a lógica valha para Bolsonaro que desde o início de 2019 bate recordes de gastos com o cartão corporativo da Presidência da República. O meu, o seu, o nosso dinheiro já custeou mais de R$ 50 milhões dos gastos de viagens do presidente, sua família e seguranças. Segundo levantamento realizado pelo Yahoo!, as despesas da Presidência sob Bolsonaro aumentaram 22% entre 2018 e 2019. Em 2020, os gastos subiram ainda mais: 35%.

“Trabalho passeio”

Sob o pretexto de levar a imagem turística do Brasil a uma feira internacional de negócios, na cidade dos Emirados Árabes, a comitiva parece se esbaldar. O secretário da Pesca, Jorge Seif, também divulgou fotos em suas redes sociais sem esconder que estava em um “trabalho-passeio”. É “top demais”, regozijou-se. Para Eduardo Bolsonaro, o gigantesco tamanho da comitiva brasileira é “sinal de prestígio”.

O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) recorreu hoje ao Ministério Público Federal para investigar os gastos do deputado Eduardo Bolsonaro e de sua família durante a viagem feita a Dubai, nos Emirados Árabes. O anúncio foi feito em publicação no Twitter. Na semana passada, deputados da oposição acionaram o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a viagem a trabalho-passeio em Dubai.

“Em primeiro lugar, considerando que não houve estimativa de gastos com as diárias e demais gastos da comitiva no Portal da Transparência, o que inviabiliza qualquer controle público, os gastos exorbitantes com a viagem violam os princípios da transparência e da eficiência do gasto público, listados no art. 37 da Constituição Federal”, diz trecho da representação. Assinam o documento os deputados Alessandro Molon (PSB-RJ), Marcelo Freixo, Bohn Gass (PT-RS), Danilo Cabral (PSB-PE), Wolney Queiroz (PDT-PE), Talíria Petrone (Psol-RJ), Joenia Wapichana (Rede-RR), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Renildo Calheiros (PCdoB-PE).

Fonte: Página da CUT

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