15 de dezembro de 2021 12:49 por Da Redação
O advogado do Cedeca Zumbi dos Palmares, Arthur Lira, deverá encaminhar dois ofícios nesta quarta-feira, 15 de dezembro, requerendo investigação para as mortes dos três jovens ocorridas em ações policiais no Vale do Reginaldo, em 27 de novembro e 11 de dezembro. Os ofícios serão destinados à Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Estadual, e à Delegacia Geral da Polícia Civil.
De acordo com o advogado Arthur Lira, o principal ponto trata-se da “requisição imediata de instauração do competente inquérito policial visando a investigação” e se estende aos três casos. Enquanto o adolescente M, de 16 anos, foi morto em uma ação ocorria no dia 27, os jovens Leandro Tavares e Moacir Ângelo foram mortos no último sábado, 11.
Revoltada com a situação, a comunidade do Vale do Reginaldo – entre familiares, vizinhos e amigos das vítimas – realizou um protesto nesta terça, 14 de dezembro, na Ladeira Geraldo Melo, no Poço. O ato pediu justiça pelas vítimas e denunciou a ação da polícia ao entrar nas áreas periféricas, agredindo e pondo em risco a vida de pessoas apenas por residirem nestes territórios.
Governo do Estado não responde sobre prevenção à violência contra jovens negros
O combate à violência policial e à letalidade contra a juventude negra que mora na periferia vem sendo tema central das atividades efetuadas pelo Cedeca Zumbi dos Palmares durante todo este ano. Dados do Anuário brasileiro de Segurança Pública apontam que das mortes violentas intencionais ocorridas em 2020, 76,2% das vítimas eram negras, 54,3% jovens, e 91,3% do sexo masculino.
No âmbito jurídico, além do acompanhamento de casos como o desaparecimento de Jonas Seixas e a morte dos irmãos Ferreira, o Centro de Defesa também permanece reforçando o questionamento – ainda sem resposta por parte do Governo do Estado – sobre o plano de prevenção à violência contra jovens negros.
O projeto já possui orçamento e setores responsáveis por sua elaboração e execução, mas ainda não foi implementado e não há respostas sobre o estado atual de sua realização. A pergunta sobre responsabilidade diante da violência cotidiana sofrida contra estes jovens também foi destinada à Prefeitura de Maceió, no âmbito das políticas públicas, e não houve qualquer resposta contundente até o momento sobre o cumprimento deste dever por parte também da gestão municipal.
Fonte: Assessoria