17 de dezembro de 2021 2:07 por Da Redação
Há um consenso no Brasil de que é por meio da Educação que serão operadas as mudanças na sociedade. E as políticas públicas nesta área devem ser materializadas através de programas e ações nos três níveis de governo, como é previsto na Constituição Federal. Promover o direito à Educação é garantir a liberdade para todos os cidadãos.
Os avanços alcançados pelo Brasil nas últimas décadas são inegáveis: milhões de crianças e adolescentes foram matriculados nas dezenas de milhares de escolas públicas das redes federal, estadual e municipal. Esse fato é incontestável. Diante disso, é necessário ampliar o foco que ultrapasse a porta de entrada da escola.
As necessidades da Educação são maiores do que a vontade dos governantes – muitos nem vontade têm – que, durante as campanhas eleitorais, fazem discursos, sem exceção, de que vão erradicar o analfabetismo, vão construir escolas em tempo integral – o novo mantra. Mas, os que são eleitos, a maioria, dão as costas para a Educação. É quase uma regra geral. Muito discurso e pouca ação efetiva.
O ponto fora da curva é o governador Flávio Dino (PSB), do Maranhão, que tem convertido o discurso em prioridade de governo nas duas administrações – de 2014 a 2018 e nesta que vai de 2019 a 2022. Quando o governante afirma que a Educação é uma das suas prioridades, é preciso mensurar através dos salários do professor e dos demais trabalhadores da área. Nesse quesito, o Maranhão tem sido um exemplo, o piso salarial (40 horas) é de R$ 7 mil, reajustado em dezembro de 2021. É o maior piso salarial do país.
A ironia da política nacional é saber que o Maranhão se encontra no ranking dos estados mais pobres do Brasil. O governador inverteu a ordem das prioridades.
Flávio Dino concedeu aumento aos servidores públicos do Maranhão correspondente a um reajuste médio de 9%. Novamente, o maior do Brasil. O governador do Maranhão entende que o serviço e o servidor público são prioridades, não um peso para a administração pública. É com Educação de qualidade que haverá transformação da sociedade.
Pandemia revela desigualdades
A pandemia de Covid-19 desnudou a real situação dos alunos, dos professores e dos demais trabalhadores da Educação. O fosso que existia e quase não era perceptível pela elite brasileira, marca cruel da desigualdade social, num “passe de mágica”, foi revelado pela mídia comercial brasileira.
De repente, os veículos de comunicação trouxeram à tona o fato de que milhões de crianças e jovens não têm acesso à internet, muito menos computadores. Eles usam o celular dos pais com internet insuficiente, não fazem as três refeições diárias, e os seus pais, a maioria, não tinham escolaridade suficiente para ensinar as lições aos filhos (as) durante a pandemia, onde as aulas eram virtuais. Essa tragédia brasileira tem sido aprofundada com o desmonte do Estado brasileiro no desgoverno Bolsonaro.
O caos aflorou e, novamente, os discursos de que a Educação é fundamental ocuparam a mídia.
Quem tem compromisso com o presente e o futuro do Brasil deve acordar e deitar pensando em como transformar a Educação em prioridade como retórica e que, no orçamento, sejam incluídos os professores e demais trabalhadores da Educação.
Onde essa inversão de prioridades aconteceu, as mudanças ocorreram e não se fala em geração perdida e muito menos em presídios lotados de jovens.
Educação é a soma de investimentos em professores e trabalhadores e em tecnologia. É uma fórmula simples, mas tudo que é simples, no Brasil, fica complexo.