quarta-feira 27 de novembro de 2024

Grêmio Emilio de Maya

25 de dezembro de 2021 1:34 por Braulio Leite Junior

Emilio de Maya | Reprodução

O Grêmio Literário Emilio de Maya foi, durante alguns anos, centro de convergência daqueles que gostavam de literatura e tinham reconhecida preocupação intelectual principalmente na década de 1940.

Localizado na Rua do Comércio, no primeiro andar do prédio onde mais tarde funcionou a sede, em Alagoas, da União Democrática Nacional (UDN), reunia todas as semanas, em sessões lítero-recreativas, os mais atuantes beletristas da cidade, instituindo concursos de poesias, crônicas e ensaios, valendo notar o crescente e entusiástico interesse que despertava entre a juventude e as pessoas mais velhas que, além dos seus afazeres normais, dedicavam parte de seu tempo ao cultivo da boa leitura, à musica, a pintura e à crítica teatral.

Livro “O Brasil e o drama do petroleo”, de Emilio de Maya

Jornalistas, estudantes, poetas, cronistas, funcionários públicos e até donas de casa participavam das reuniões do Grêmio Emilio de Maya, cujo patrono, desaparecido prematuramente em 1939, aos 30 anos de idade, deixara uma legenda de homem de letras, político e homem de jornal. De lá saíram para a Academia de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, como teria acontecido antes com os participantes do Grêmio Guimarães Passos e Grêmio dos Dez Unidos.

Dessas tertúlias semanais participaram, entre outros, Arnoldo Jambo, Anilda Leão, Antônio Santos, Alves Mata, Donizetti Calheiros, Sílvio de Macedo, Zadir Cassela, Jucá Santos, Iracema Feijó, Francisco Valois, Jurandir Gomes, Eudes Jarbas de Melo, Adaucto de Pereira, Augusto Vaz Filho, Cristiano Fernandes, Zoraida Brasileiro, Wanderley de Gusmão, Waldick Pereira e Gonzaga Leão.

Sua desativação teria sido provocada, segundo formações, desaparecimento de seu fundador e principal animador, Dr. Adaucto de Pereira, e pela participação de alguns de seus integrantes na política partidária, gerando atritos e descontentamento entre a maioria. Uma pena, pois de lá para cá, a não ser a fundação e vida incerta da Academia Maceioense de Letras, outros grêmios literários naqueles moldes, de ativa participação, não voltariam a surgir.

(*) Texto de Bráulio Leite Júnior publicado no livro História de Maceió, Edição Catavento, 2000.

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