14 de abril de 2022 1:00 por Da Redação
O deputado estadual Paulo Dantas (MDB), candidato a governador “tampão” de Alagoas, está enfrentando o primeiro desafio na luta pela chefia do Executivo, que é ter o seu nome indicado ao cargo pelos 27 colegas. Eleito por maioria simples, será o governador alagoano tampão de maio até dezembro deste ano. E, se souber se articular, pode vencer em outubro e permanecer no cargo por 4 anos.
Caso seja mesmo o candidato emedebista ao governo de Alagoas, poderá passar por três momentos decisivos este ano: a eleição indireta pela Assembleia Legislativa; a eleição popular em 2 de outubro; e a provável disputa da eleição no segundo turno.
Dantas já começa a sofrer o estresse por conta das disputas. As negociações políticas realizadas nos bastidores com os outros 26 deputados consome boa parte das energias. A atividade política, quando é submetida às disputas eleitorais, estressa e, no mínimo, causa mudança de humor, apesar das condições favoráveis.
O apoio declarado do ex-governador Renan Filho, do senador Renan Calheiros, do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Vitor, e de mais um bloco significativo de deputados estaduais, na largada, o transforma num páreo duro na disputa eleitoral.
Há, ainda, outro bloco de apoio formado pelos prefeitos, ex-prefeitos e vereadores. Todo esse contingente faz parte da “artilharia” governista. E ele conta também com o capital político traduzido no desempenho da gestão de Renan Filho.
Paulo Dantas tem caminhado com desenvoltura, mais do que se esperava, pela sua origem como político tradicional e de base eleitoral no Sertão. Os políticos com experiência em eleições observam a aproximação dele com setores sociais, como os trabalhadores rurais sem-terra e sindicalistas, para ambos desconhecidos.
Para eles, essa aproximação é simbólica e sinaliza rápida mudança de entendimento de Dantas sobre os movimentos, incluindo-os em sua agenda de pré-campanha.
Manteve conversa com o ex-ministro José Dirceu (PT), no final de 2021, no litoral de Maceió. Já na condição de pré-candidato, esteve com o ex-presidente Lula, na companhia de Renan Filho, Renan Calheiros, Paulão (PT) e George Santoro, secretário de Estado da Fazenda.
Programa de governo
A administração Renan Filho será uma alavanca na discussão do seu programa de governo, é o que se supõe. Terá que debater duro com os adversários, que costumam chamar as gestões anteriores de “herança maldita”.
Paulo Dantas deverá apresentar um programa de governo onde as questões centrais de Alagoas sejam debatidas. Mas, para que tudo isso dê certo, ser escolhido como governador “tampão” será fundamental.
A pedra no meio do caminho
Arthur Lira é a pedra ou pedreira que se colocou no caminho da candidatura de Paulo Dantas. A bancada de oposição na Assembleia Legislativa, durante os dois mandatos de Renan Filho, foi numericamente pequena, porém, barulhenta.
Chegada a hora da disputa, o anabolizante que vem sendo injetado pelo deputado federal Arthur Lira, através da manipulação do desvendado Orçamento Secreto, as emendas e promessas de esquartejamento do orçamento estadual, obedecendo ao modelo nacional, tem sido um dos “argumentos” colocados sobre as mesas em os grupos que vêm se reunindo para tomar de assalto o governo de Alagoas.