20 de maio de 2022 2:56 por Da Redação
De acordo com a Reuters, um grupo de brasileiros que tenta processar a petroquímica Braskem na Holanda por conta do afundamento de solo em Maceió ouvirá, em setembro, se o caso prosseguirá naquele país.
“O escritório de advocacia PGMBM, que está levando o caso contra a Braskem e sua subsidiária holandesa a um tribunal de Roterdã em nome de 11 pessoas, disse que outras 10 mil podem ingressar na ação, que pode buscar bilhões de euros em indenização caso os juízes holandeses concordem em avaliar o caso”, apurou a reportagem da agência internacional.
Cerca de 50 mil a 55 mil pessoas foram forçadas a se mudar dos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol desde os tremores registrados em 2018. A Braskem se recusou a se manifestar sobre o processo em andamento.
A maior petroquímica da América Latina cessou a extração de sal na área e em apresentação recente a investidores e analistas reafirmou estar comprometida com a segurança das pessoas e que reservou cerca de 12 bilhões de reais para reparação, estabilização de cavidades de sal, monitoramento da área e reparos. Desse valor, a empresa desembolsou até o final do primeiro trimestre 4,8 bilhões de reais.
Mais de 14 mil famílias receberam apoio de realocação e cerca de 13 mil concordaram com compensação financeira proposta, disse a Braskem.
Mas o sócio da PGMBM, Pedro Martins, disse que uma ação na Holanda sob a lei brasileira, que impõe responsabilidade objetiva por danos ambientais, é necessária dado que as ofertas de compensação até o momento são muito baixas e os caminhos para a reparação legal no Brasil, muito longos.
Um dos três requerentes brasileiros a se dirigir ao tribunal holandês nesta semana disse que perdeu dois terços de seus clientes por causa do desastre e estava sofrendo de ansiedade severa.
“Minha vida nunca mais será a mesma”, disse José Ricardo Batista, 56 anos. “O valor oferecido pela Braskem como indenização é desrespeitoso comigo e com minha família.”