28 de julho de 2022 3:47 por Da Redação
Com a diminuição na faixa etária do público infantil incluído na vacinação contra Covid-19, um alerta preocupa pediatras e profissionais da saúde: a redução da cobertura vacinal nas crianças nos últimos anos.
Claudio Soriano, pediatra e presidente da Cordial Sociedade Beneficente do Coração de Alagoas, chama a atenção para o fato de que a baixa frequência de vacinação tem acontecido não apenas na vacina da Covid, mas também nas demais vacinas já incluídas no calendário vacinal. “Infelizmente nestes últimos anos a cobertura vacinal tem reduzindo bastante, em especial nos últimos 2 anos. Na vacina de Covid, menos de 30% do grupo de 5 a 11 anos foi vacinado no Brasil. E a redução acontece também nas outras vacinas do calendário, reflexo da menor atenção ao grupo pediátrico”, ressalta Dr Claudio Soriano.
No último dia 19 de julho, o Ministério da Saúde divulgou as orientações e incluiu as crianças de 3 a 5 anos de idade na vacinação contra a Covid-19. “Nos preocupa também o grupo menor de 3 anos que ainda não está incluído na vacinação de Covid e onde temos a elevada mortalidade pela doença nos últimos 2 anos. Mortalidade bem maior que as outras doenças nos últimos 10 anos, onde a prevenção por vacinas já existe. Ou seja , corremos o risco do agravamento dos antigos problemas aliados ao grande problema já existente da Covid sem cobertura vacinal para esta faixa etária”, alerta o especialista.
Segundo dados levantados pelo Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase), em 2020 e 2021, a Covid-19 matou mais que o triplo de crianças de 6 meses a 3 anos que a soma de todas as mortes nessa faixa etária ao longo da última década por doenças que podem matar e são preveníveis por vacinas.
O levantamento mostra que entre 2012 e 2021 o Brasil registrou 144 óbitos de crianças de 6 meses a 3 anos como resultado de doenças da lista das “preveníveis por vacinas”, enquanto a Covid-19, em um período de dois anos, matou 539 crianças nessa mesma faixa etária.
O pediatra Claudio Soriano faz recomendações essenciais aos responsáveis e a toda sociedade. “Vamos demonstrar o amor e zelo às crianças com evidência prática na simples manifestação de manter o calendário vacinal atualizado, incluindo agora também a vacina da gripe e Covid. Devemos persistir nos cuidados de prevenção e evitar na medida do possível as aglomerações em especial nos menores de 3 anos”, orienta o médico.
Crianças cardiopatas podem tomar a vacina?
O presidente da Cordial, Claudio Soriano, ressalta que os pacientes cardiopatas, como os atendidos na Casa do Coraçãozinho, também devem tomar a vacina contra a Covid, sem restrições ou impedimentos do ponto de vista clínico.
“No fim do ano passado, o Departamento Científico de Cardiologia (DCC) da Sociedade Brasileira de Pediatria e o Departamento de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatias Congênitas (DCC/CP) da Sociedade Brasileira de Cardiologia se posicionaram sobre a vacinação de crianças e adolescentes com cardiopatia. De acordo com os departamentos, a vacinação de crianças e adolescentes com cardiopatias é segura e uma prioridade, pois a presença de cardiopatias, de origem congênita ou adquirida aumentam o risco de complicações e quadros graves de infecções respiratórias, diante da possibilidade de insuficiência cardíaca e hipoxemia”, diz Soriano.
Ainda de acordo com os Departamentos, crianças e adolescentes cardiopatas possuem um risco 20 vezes maior de desenvolverem miocardite com a Covid do que o risco de desenvolverem a mesma condição como efeito adverso da vacina.
A Casa do Coraçãozinho
Um dos projetos geridos pela Cordial é a Casa do Coraçãozinho, o Centro de Referência em cardiopatia congênita de Alagoas, que realiza exames e acompanhamento ambulatorial clínico e cirúrgico das crianças cardiopatas, com estrutura de alto padrão e atendimento multiprofissional de excelência. Tudo isso 100% pelo SUS.
O atendimento na Casa do Coraçãozinho funciona de segunda a quinta-feira, das 7h às 17h e sexta-feira, das 7h às 16h, na Rua Aryosvaldo Pereira Cintra, 152, Gruta de Lourdes. Para agendar a consulta é preciso ligar para o número 3435-3607 e ter em mãos o encaminhamento do médico que acompanha a criança.
Fonte: Assessoria