sexta-feira 10 de janeiro de 2025

UFRGS cassa títulos honoris causa dos ex-presidentes Médici e Costa e Silva

"Não há lugar para homenagens a regimes de força e seus protagonistas", destaca o projeto Vozes da Ditadura
Decisão foi tomada por conselho da universidade | Divulgação

Na última sexta-feira, 19, o Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revogou os títulos honoris causa concedidos aos generais Artur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici. A medida foi aprovada com 48 votos a favor e uma abstenção. A informação é da revista Carta Capital.

Os militares presidiram o País durante a ditadura militar. Costa e Silva foi presidente do Brasil de 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969 e recebeu o título em 1967. Médici, que governo o País de 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974, foi agraciado com o honoris causa em 1970.

O projeto Vozes da Ditadura, ligado à universidade, parabenizou os historiadores envolvidos na decisão. “Os títulos de Professor/a e Doutor/a Honoris Causa devem ser concedidos a cidadãs/ãos inspiradoras/es e entusiastas do livre pensar que respeitem os direitos humanos.”

Para o grupo, “essa decisão significa que neste 2022 não há lugar para homenagens a regimes de força e seus protagonistas”.

Quem são eles

Costa e Silva nasceu em Taquari (RS) e tinha 69 anos quando assumiu a presidência, em 1967, em substituição ao general Castello Branco. Morreu em 1969, mas deixou como legado o Ato Institucional número 5, o AI-5, em dezembro de 1968. Assim, foi responsável pelo fechamento do Congresso Nacional e as assembleias estaduais, acirrou a censura, suspendeu o direito ao habeas corpus. E estimulou o terror das prisões, torturas mortes e desaparecimentos de opositores. O ditador recebeu o título de professor Honoris Causa em agosto de 1967.

Já Médici (1905-1985), natural de Bagé, governou entre 1969 e 1974 e recebeu título da UFRGS em 1970.O período mais violento da ditadura se deu sob seu governo. Há registros de 362 mortos e desaparecidos no país durante a ditadura, sendo 149 apenas durante o governo Médici.

*Com Carta Capital e Brasil de Fato

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