sexta-feira 22 de novembro de 2024

Candidatos silenciam sobre caso Pinheiro em seus comícios e programas do Guia Eleitoral

19 de dezembro de 2022 6:03 por Da Redação

Seja em seus programas no Guia Eleitoral, seja nos comícios e caminhadas, os candidatos a governador de Alagoas estão ignorando o chamado Caso Pinheiro, o maior crime ambiental em área urbana do mundo. A destruição de uma parte considerável da capital alagoana tem como responsável a mineradora Braskem, multinacional pertencente a holding Novonor (antiga Odebrecht).

O afundamento de vários bairros (Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Mutange, Flexal de Baixo, Flexal de Cima e parte do Farol) obrigou mais de 65 mil pessoas a deixarem suas casas. Nessas áreas, o cenário é de guerra, como se os 7 bairros tivessem sido bombardeados.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, que apontou a Braskem como responsável pelo problema, o afundamento é conseqüência de décadas de mineração de sal-gema na área.

O passivo ambiental que a Braskem tem em Maceió, inclui ainda a interrupção do transporte ferroviário (VLT) que leva e traz passageiros de Maceió a Rio Largo.

Até agora, nenhum dos candidatos se manifestou sobre um assunto tão caro para os maceioenses: a tragédia provocada pela Braskem | Reprodução Acta

Estranhamente, diante de tamanho drama humano, os candidatos a governador de Alagoas estão calados. De fato, além do poderio econômico, a multinacional Braskem tem exercido domínio político no estado faz tempo. Tanto que é a maior beneficiária do programa de isenção fiscal das gestões que se sucedem desde sua chegada a Alagoas, em 1976. De cada R$ 100 de impostos devidos, a empresa paga apenas R$ 20.

O que mostra Alagoas como um paraíso para grandes investidores, e um carrasco para as médias e pequenas empresas que empregam mais e produzem mais riqueza para o estado.

O que a sociedade alagoana vê, é a complacência dos políticos com os crimes ambientais praticados pela Braskem de um lado, e do outro a “mão amiga” que enche os cofres da empresa com dinheiro público, fruto das isenções fiscais.

Pela decisão de “ignorar” problema tão grave, fica claro o descomprometimento dos políticos com o interesse do povo alagoano.

É como se a Braskem, cujo lucro em 2021 foi de R$ 30,3 bilhões, 176% maior que em 2020, impusesse medo aos políticos alagoanos, especialmente aos candidatos a governador.

 

 

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