19 de dezembro de 2022 5:29 por Da Redação
Maceió registrou a denúncia de um caso de injúria racial motivada por intolerância política nesse domingo (9), em frente ao Marco dos Corais, na Ponta Verde. De acordo com testemunhas, a confusão começou após ambulantes eleitores de Lula responderem a provocações de bolsonaristas.
Segundo depoimentos, além das agressões verbais e físicas, um dos bolsonaristas chutou o carrinho de milho de verde de Márcia Maria Bonifácio de Oliveira, que procurou a Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit). “Ela foi chamada de nêga, preta, safada. O marido (da suspeita) chutou o carrinho de milho e a puxou pelo braço. Eles diziam: Lulista sem vergonha!”, relatou uma testemunha.
Os suspeitos são Erika Soares Rego Damasceno e João Luiz Cesar Rebelo, de Arapiraca, que foram conduzidos até a Central de Flagrantes, no bairro do Farol. Eles pagaram fiança de R$ 1,2 mil e foram liberados.
De acordo com a vítima, eles teriam reagido com violência ao serem confrontados. “Ela disse que a gente por ser petista era vagabundo e mandou tomar no c*. A gente é trabalhador”, disse Márcia, que afirmou estar com o carrinho de milho “todo esbagaçado”.
“Esse crime teve motivação, exclusivamente, política”, disse o advogado José Carlos Fernandes, que acionou o deputado federal Paulão (PT) e a secretária da Mulher e Direitos Humanos, Maria Silva, para evitar a impunidade neste caso.
Segundo ele, houve uma proposta de acordo entre as partes, que foi rechaçada. “A gente sabe que a maior parte da polícia é bolsonarista, mas, conseguimos debelar qualquer tentativa de condução diferente do que a lei determina. Não tem acordo. É a aplicação da lei e a divulgação do crime para que se possa inibir essa prática dos fascistas”, disse o advogado.