26 de outubro de 2022 2:50 por Da Redação
Foram raras as eleições em Alagoas que transcorreram em clima de normalidade. A violência é uma das marcas históricas do estado. Em seu blog no portal CadaMinuto, o jornalista Voney Malta levantou uma questão relevante, lembrando que, durante algumas campanhas eleitorai, houve atos de violência armada por grupos paramilitares a serviço de políticos.
Atentados orquestrados e nunca desvendados, apesar dos óbvios interesses por trás dos crimes, com suspeitas do envolvimento de gente ligada ao poder à época. É possível fazer um recuou no tempo e lembrar que, nas eleições para o Senado, em 1978, o carro do famoso cantor Luiz Gonzaga foi alvejado quando se deslocava para um comício no Sertão de Alagoas.
Nessa mesma eleição, aviões despejaram toneladas de panfletos acusando o advogado e candidato a senador José Moura Rocha de ser um assassino. Seria a Fake News da época.
Em 1986, o então candidato Fernando Collor, na cidade de Limoeiro de Anadia, teatralmente sobe num muro e abre os braços denunciando que havia sido ameaçado de morte. Foi um fato relevante na reta final daquele pleito.
O clima eleitoral acirrado na reta final da eleição deste ano leva o experiente jornalista a não duvidar que um fato novo e escandaloso possa surgir a poucos dias do pleito no próximo domingo (30). Essa possibilidade encontra respaldo em fatos históricos recentes.
O pedido de tropas federais formulado pela coligação chefiada pelo deputado federal Arthur Lira, experiente político e conhecedor dos bastidores, deixa o alerta aceso. Ele tem vivência suficiente para criar um “fato” que venha a desestabilizar a disputa eleitoral que, segundo todos os institutos de pesquisa, estão dando uma vantagem significativa ao candidato Paulo Dantas (MDB) sobre o seu candidato Rodrigo Cunha (UB).
Não é segredo para ninguém, em Alagoas, a inimizade da família Boiadeiro com o governador Paulo Dantas e sua esposa Marina Dantas. Essa é outra zona cinzenta que merece toda a atenção do comando da segurança pública.
O extremismo bolsonarista é capaz de qualquer coisa para conquistar o poder, inclusive ações violentas.
Em seu Twitter, o Senador Renan Filho acusou os adversários de estarem tramando um falso atentado para tentar mudar o rumo da eleição, elevando o clima de tensão.
Um alerta à imprensa! Arthur Lira e João Caldas estão tramando simular atentados contra si mesmos para tumultuar ainda mais a reta final da campanha em Alagoas. Fiquemos atentos aos factoides dessa turma que age de forma criminosa desde o início destas eleições.
— Renan Filho (@RenanFilho_) October 26, 2022
Histórico Familiar
Cunha é vítima da violência mais brutal das últimas décadas quando sua mãe, a deputada Ceci Cunha, seu marido, Juvenal Cunha da Silva, o cunhado, Iran Carlos Maranhão Pureza e a mão de Iran, Ítala Neide Maranhão, foram assassinados por sicários contratados por adversários políticos, no caso, o conterrâneo e deputado federal Talvane Albuquerque.
Se houver um fato violento para tentar mudar o rumo da eleição, essa seria uma atitude fora do padrão do até aqui político com reputação pública pacata. Por outro lado, no seu entorno tem experientes políticos com vasto conhecimento no submundo.
A disputa eleitoral pode e deve conter os excessos na reta final. As acusações verbais nos debates fogem à normalidade, mas, são menos prejudiciais do que possíveis armações de atentados à bala contra pessoas, carros ou imóveis dos adversários.