sexta-feira 22 de novembro de 2024

É preciso ação para punir quem financia os atos contra a democracia

Com prazo definido pela PMAL, manifestantes desocuparam a avenida, encerrando o protesto

O Brasil, nos últimos anos, tem assistido a uma escalada dos discursos de ódio, apologia à violência política e a criminosa fala de Intervenção Militar para “limpar o país dos comunistas”. Esse discurso ganhou força a partir das redes sociais, sendo incorporado à plataforma política do então candidato Jair Bolsonaro, em 2018.

A extrema-direita sempre foi residual no Brasil, mas, ganhou força com o crescimento do antipetismo – a versão contemporânea do anticomunismo. A mídia corporativa acolheu o discurso da extrema-direita nos últimos seis anos, tirando apenas o discurso homofóbico, machista e racista. O restante foi amplamente reproduzido.

O monstro venceu as eleições e foi para cima da mídia corporativa. Alguns grupos, especialmente a Rede Globo, passaram a sofrer apupos dos seguidores coléricos nas ruas e nas redes sociais, de hordas de fanáticos que se sentem empoderados.

Presidente, parlamentares, governadores e prefeitos foram eleitos nessa onda. Nem todos perceberam que o discurso de ódio fraturou a sociedade brasileira e se voltou contra a democracia e o Estado Democrático de Direito.

Esse era o projeto político de Bolsonaro, apoiado por setores do empresariado; tornar-se um ditador. Mas, para tanto, era necessário desacreditar as instituições da República. O plano foi posto em prática e Bolsonaro virou as suas baterias contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao ser derrotado para Lula, foi dada a ordem para interdição de rodovias e acampamentos na frente dos quartéis das Forças Armadas. Velhos e jovens, militares da ativa e da reserva, homens e mulheres são usados e entoam o discurso criminoso, exigindo das Forças Armadas Intervenção Militar. A incitação à ruptura institucional não é e nunca será tida como liberdade de expressão como querem esses criminosos, nem confundida com uma garantia constitucional.

Em Alagoas, não tem sido diferente do restante do país, onde parlamentares bolsonaristas organizaram o acampamento na Avenida Fernandes Lima, em Maceió, mantido em alto padrão, com banheiros químicos, cozinha estruturada, comida em abundância, proteção policial e até de agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) para manifestantes, em parte, remunerados.

A fonte pagadora dessas despesas são empresários que, segundo as autoridades, estão sendo identificados para responderem pelos crimes praticados.

As lideranças políticas mais atuantes são os deputado estadual Cabo Bebeto, os vereadores Leonardo Dias e o Delegado Fábio Costa. Os três assumiram o discurso golpista, portanto, criminoso em suas redes sociais e nas tribunas da Assembleia Legislativa e da Câmara de Vereadores. Esses políticos estão temerosos de serem flagrados na cena do crime, no caso, o acampamento.

A população residente no entorno do Quartel tem reagido contra a ação criminosa incitada pelos bolsonaristas. Nas redes sociais, os moradores definem o acampamento como um “campo de concentração”, em que fanáticos ficam mais de 18 horas por dia entoando hinos e buzinas.

Não se pode entender como normais o discurso de ódio, os pedidos de golpe militar e as saudações nazistas. Os Ministérios Público Federal e Estadual têm a obrigação de agir, investigando e punindo os organizadores e as principais lideranças políticas, militares e empresariais como membros de Organização Criminosa (Orcrim) por atentarem contra o Estado Democrático de Direito.

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