19 de dezembro de 2022 4:29 por Da Redação
Segundo a mídia nacional, petistas do núcleo dirigente e do grupo de transição estariam vetando a indicação da senadora Simone Tebet (MDB) para o Ministério da Assistência Social.
O MDB é um partido com características particulares, no qual os caciques regionais têm autonomia para tomar decisões. Há diversos MDBs: existe um núcleo no Senado Federal, outro na Câmara Federal e o dos governadores, que constitui um ou mais blocos e subgrupos.
Tebet é ligada ao grupo do ex-presidente Michel Temer e do deputado Baleia Rossi, que ainda controlam a máquina partidária. Para emplacar a sua candidatura à Presidência, disputou internamente e venceu os caciques do Senado, liderados por Renan Calheiros e Eduardo Braga. O ex-presidente José Sarney faz parte desse grupo e, mesmo sem ter mandato, continua com influência.
Os senadores reivindicam o Ministério das Minas e Energia, tradicional reduto dos emedebistas. O grupo de deputados quer outro ministério, mas, Tebet ficou na cota do presidente Lula, ao menos, é o que se supõe desde quando ela decidiu apoiar a candidatura do petista no segundo turno.
O pragmatismo do MDB, em qualquer dos núcleos e época, não pode ser desdenhado, mesmo quando as divergências por outros motivos se acentuam. A experiência adquirida, por caminhos tortos, ampliam a perspectiva de mais poder.
A divisão interna no MDB é, em geral, para cada grupo avançar ainda mais. No momento seguinte, os bombeiros negociam o armistício e a paz é selada. O resultado é presumível: os dois ministérios são perfeitamente possíveis de obter, além da cota de Simone Tebet.
O MDB é a maior concentração de caciques da política brasileira das quatro últimas décadas.
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