A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) contabilizou em 2022, 251 casos de Hanseníase, ante 259 registrados em 2021. Apesar da leve redução, conforme relatório dos dados epidemiológicos, a Sesau mantém o alerta sobre a detecção precoce da doença, principalmente, durante este mês, quando acontece o Janeiro Roxo.
E em alusão à campanha, a secretaria vai promover o Seminário Estadual de Hanseníase e paralelamente a I Mostra de Experiências Exitosas em Alagoas, no próximo dia 30, das 8h30 às 17h30, no Centro Universitário Tiradentes (UNIT), em Cruz das Almas.
“O diagnóstico precoce e o tratamento oportuno dos casos são os principais recursos contra a Hanseníase. Os sinais e sintomas da doença iniciam-se discretos, passando despercebidos pelos profissionais de saúde e pelos próprios pacientes. Por isso, a realização de atividades de educação em saúde para a população, a busca ativa de casos e a vigilância dos contatos próximos a pessoas que tiveram a doença, representam estratégias essenciais para a detecção de casos e devem ser periodicamente realizadas. É importante ressaltar que a Hanseníase tem cura, que o tratamento é gratuito e realizado na rede pública de saúde”, ressaltou a enfermeira Itanielly Queiroz, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase.
De acordo com Itanielly Queiroz, em Alagoas, além das UBSs, para onde devem ser encaminhadas as pessoas com suspeita de Hanseníase, há as unidades de referência para o tratamento de pacientes que precisam de assistência complementar.
Ainda segundo a coordenadora, na capital, o atendimento ocorre no II Centro de Saúde e no Hospital Universitário (HU), mas o atendimento ocorre via agendamento e por meio de encaminhamento médico. Já no interior, as unidades habilitadas são o Centro de Referência e Assistência em Saúde de Arapiraca (CRIA), em Arapiraca, e o Centro de Saúde Dr. José Bandeira de Medeiros, antigo SESP, em Delmiro Gouveia. Para obter mais informações, os usuários podem acionar o Programa Estadual de Controle da Hanseníase, por meio do telefone 3315-1663.
Nestas unidades, ainda conforme Itanielly Queiroz, os pacientes passarão por nova avaliação física e dermatoneurológica, com solicitação ou realização de exames específicos para fechar o diagnóstico. Nas UBSs, gerenciadas pelas Secretarias Municipais de Saúde, o diagnóstico primário é realizado e, caso haja dificuldade no diagnóstico, o paciente será encaminhado para uma unidade de referência. No caso dos pacientes com sequelas, ocorre a atenção secundária, por meio da assistência nos Centros Especializados em Reabilitação (CERs) e, por fim, aqueles que apresentarem reações hansêmicas ou que precisem de cirurgias reparadoras, receberão atenção terciária, por meio do HU, conforme prevê a Linha de Cuidado da Hanseníase.
“Na UBS o paciente fará o exame físico e a avaliação dermatoneurológica para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e motoras. Nos casos em que seja necessária uma avaliação mais específica, a exemplo de suspeita de nova infecção, após cinco anos da alta por cura do tratamento anterior, além de reações hansênicas, diagnóstico em menores de 15 anos, resistência ou falência medicamentosa, os pacientes deverão ser encaminhados para unidades de referência para confirmação diagnóstica”, pontuou Itanielly Queiroz.
Hanseníase
Caracterizada como uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que atinge os nervos periféricos e a pele, podendo causar lesões neurais irreversíveis, a Hanseníase pode acarretar danos neurais com incapacidades físicas irreversíveis, além de estigma e exclusão social, caso o diagnóstico e tratamento sejam tardios.
“Por esta razão, ao verificar no corpo a existência de manchas brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas, alteração da sensibilidade ao calor, frio, além de dor, áreas com diminuição de pelos, sensação de formigamento, diminuição da força muscular, nódulos avermelhados ou doloridos, é recomendado buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próximo da sua residência”, alertou Itanielly Queiroz.
Transmissão e Incubação
Com relação à transmissão da Hanseníase, ela ocorre quando uma pessoa com a doença na forma infectante e que não esteja realizando o tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior pelas vias aéreas superiores, através do espirro ou tosse, repassando para outras pessoas, por um período longo. “No caso do período de incubação da doença, que é o tempo em que a pessoa apresenta sinais e sintomas, ele varia de 6 meses a 7 ou até 10 anos, podendo ser maior. Cerca de 90% das pessoas infectadas não desenvolvem a doença, por possuir imunidade ao bacilo”, ressaltou a coordenadora.
Seminário e mostra
Com o objetivo de promover um espaço de troca de experiências por meio de exemplos exitosos, vivenciados por profissionais de saúde, gestores, e demais atores envolvidos no processo do cuidado de pessoas com Hanseníase, a Sesau promoverá o Seminário Estadual de Hanseníase e paralelamente a I Mostra de Experiências Exitosas em Alagoas.
Para se inscrever no Seminário Estadual de Hanseníase, basta acessar o site https://www.even3.com.br/seminarioestadualdehanseniasealagoas/.
No caso dos interessados em participar da I Mostra de Experiências Exitosas, cujas inscrições podem ser feitas até o dia 26 deste mês, basta seguir as orientações descritas no edital que está disponível no endereço https://www.saude.al.gov.br/wp-content/uploads/2023/01/Edital.IMostradeExperinciasExitosasemHansenase.AL_.pdf.
Os trabalhos inscritos devem se enquadrar nas categorias Atenção à Saúde em Hanseníase, Ações com Parcerias Acadêmicas e Vigilância em Saúde em Hanseníase.