segunda-feira 23 de dezembro de 2024

Campanha contra a Braskem no BBB23 cresce na internet e já incomoda a empresa

Petroquímica é a segunda marca associada ao programa mais citada no Twitter, porém, de maneira negativa

25 de janeiro de 2023 6:01 por Da Redação

Big Brother Brasil 2023 | Rede Globo

A pressão que a sociedade vem fazendo para que a Braskem deixe de anunciar no Big Brother Brasil 2023 vem ganhando volume e já incomoda, ao ponto de a petroquímica gastar milhões de reais para tentar neutralizá-la. No entanto, dados da plataforma Knewin, colhidos no período de 16/1 a 23/1, mostram que “Braskem” é a segunda marca mais citada no Twitter na primeira semana do BBB23, com 18,71% das menções, atrás apenas de “Globoplay”, que teve 60,65% dos tuítes.

O dado é péssimo, pois, mostra que o investimento feito pela empresa na limpeza de imagem não deu certo, graças à mobilização e pressão de maceioenses prejudicados pela maior tragédia socioambiental e área urbana da história da humanidade: o afundamento do solo provocado pela mineração de sal-gema em cinco bairros da capital.

Existe até um abaixo-assinado, que pode ser assinado aqui, denunciando a empresa. Até o início desta tarde, as adesões estavam próximas de 4 mil assinaturas. Os moradores ainda divulgaram uma carta aberta na qual alertam os outros anunciantes do Big Brother Brasil, alertando sobre os riscos de associar suas marcas a uma empresa que provocou tamanha destruição.

“O anúncio da participação da Braskem como um dos anunciantes do BBB soou para os alagoanos como uma tapa na cara de todos. Justamente uma empresa química predadora do meio ambiente, e de um ramo – o plástico – que é responsável direto pela maior parte da poluição das cidades e dos mares, surge no meio de anunciantes legítimos, que fizeram de suas marcas referências significativas para seus consumidores, como se fosse uma defensora das causas ambientais e da natureza! Uma mentira deslavada!”, diz a carta.

Leia abaixo, na íntegra:

A Braskem provocou em Maceió, capital de Alagoas, o maior megadesastre produzido por uma multinacional do setor químico em área urbana em todo o mundo. Destruindo – literalmente – uma região da cidade, a noroeste, em quatro bairros e parte de um quinto, após dois terremotos provocados pela irresponsável mineração de sal-gema em área densamente habitada, destruindo mais de 15 mil imóveis residenciais, desvalorizando fortemente outros 17  mil existentes no entorno da área afetada, fechando 5 mil empresas, levando à demissão de mais de 10 mil trabalhadores, além de causar um prejuízo material e imaterial, apenas à cidade de Maceió, por ora estimado em mais de 15 bilhões de reais.

Mas não fica nisso a tragédia dos cidadãos expulsos de suas casas – quase 5 após o  crime cometido pela empresa, boa parte sequer recebeu suas indenizações, mesmo após acordo considerado leonino, que não deixa opção de negociação dos valores aviltados estimados a quem não for à justiça – que, estranhamente, nega/interdita toda e qualquer avença dos alagoanos contra a Braskem…

Mais de uma dezena das pessoas afetadas se suicidou, centenas enfrentam sérios problemas psicológicos e grande parte sofre a “síndrome do abandono”, ao perder suas  relações pessoais de muitos anos com vizinhos, amigos e parentes ex-residentes nos bairros destruídos, bem como suas memórias e histórias de vida passadas em lugares que são tradicionais na cidade. São hoje os “refugiados da Braskem”. Pessoas tornadas sub-cidadãs por uma multinacional predadora sob o olhar beneplácito da justiça e prevaricador das autoridades municipais, estaduais e federais.

A população se sente sozinha. Abandonada e sendo agredida diariamente pela mais infame campanha de fake news de uma empresa contra uma cidade, sem que ninguém tome qualquer providência para fazer sustar a ignomínia. Está sozinha, mas não vai parar de lutar contra o esbulho de que está sendo vitima.

O anúncio da participação da Braskem como um dos anunciantes do BBB soou para os alagoanos como uma tapa na cara de todos. Justamente uma empresa química predadora do meio ambiente, e de um ramo – o plástico – que é responsável direto pela maior parte da poluição das cidades e dos mares, surge no meio de anunciantes legítimos, que fizeram de suas marcas referências significativas para seus consumidores, como se fosse uma defensora das causas ambientais e da natureza! Uma mentira deslavada!

Que nos obrigou a alertá-los para o perigo que seus investimentos no BBB estão correndo ao verem suas marcas associadas a uma empresa cujo passivo ambiental acabamos de ilustrar e a uma carga institucional extremamente negativa (esteve diretamente envolvida no escândalo da Lava Jato e teve que gastar milhões para evitar de ser processada nos Estados Unidos). Certamente os acionistas irão cobrar de cada uma dessas empresas – anunciantes do BBB – explicações para a ameaça que essa associação pode causar às suas marcas…

Os alagoanos – que somos um micro universo no mercado consumidor, sabemos disso – esperam confiantes uma atitude de cada uma das empresas anunciantes do BBB e da Rede Globo! Passou da hora de sair do discurso de empresas cidadãs, para a prática. O país observa.

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