Debater os desafios atuais das mulheres latino-americanas e caribenhas e organizar as lutas comuns aos países dessas regiões é a motivação para a realização do 3º Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe, previsto para 21 a 23 de julho deste ano, na Universidade de Brasília (UnB), no Distrito Federal.
Para garantir a estrutura necessária para receber cerca de mil mulheres de todos os estados
brasileiros e de mais 20 países, as organizadoras, que fazem parte do Movimento de Mulheres Olga Benario, estão buscando patrocinadores e apoiadores. “É preciso organizar a hospedagem,
alimentação, creche e transporte”, explica Indira Xavier, coordenadora do Movimento.
A comissão preparatória pretende possibilitar uma representação diversa, por isso é preciso financiar, por meio de apoios, a participação de mulheres de baixa renda, de todos os países, que não teriam condições de arcar com as despesas de passagens e diárias. “As delegações devem garantir a representatividade geracional, étnica e regional das mulheres latinas e caribenhas”,
ressalta Carol Vigliar, do comitê preparatório.
As organizadoras do Encontro estão percorrendo órgãos governamentais, entidades sindicais e dos movimentos sociais para apresentar o projeto do Encontro. No final de fevereiro, uma comissão foi recebida pela secretária da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, Denise Motta Dau. “Esperamos contar com o apoio do Ministério das Mulheres e de todas as entidades para realizar um encontro histórico no Brasil”, destaca Nana Sanches, também do comitê preparatório.
Histórico
O 1º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe aconteceu em 2015, na República Dominicana, país onde viveram, lutaram e foram martirizadas as irmãs Mirabal, assassinadas pela
ditadura de Rafael Trujillo, na década de 1960. O evento teve a participação de cerca de 500 mulheres, de 13 países, com o tema “Em defesa de nossos direitos”. Neste encontro, o Brasil foi
representado por uma delegação de 29 brasileiras, de nove Estados, coordenada pelo Movimento de Mulheres Olga Benario.
O 2º Encontro aconteceu na Universidade Central de Quito, no Equador, em 2018. Estiveram presentes 400 participantes internacionais e 500 delegadas locais. A delegação brasileira foi
composta por 16 mulheres. Durante o encontro, foi realizado um ato político contra o avanço do
fascismo na América Latina. No final do evento, as delegadas aprovaram o Brasil como sede do encontro seguinte, que estava previsto para 2021, mas foi adiado por conta da pandemia de Covid-19.
Em 2023, com o tema “Pelos direitos das mulheres e por uma América Latina e Caribe
soberanos. Não à intervenção imperialista”, as organizadoras almejam um público de mil mulheres trabalhadoras, negras, quilombolas, indígenas, Lbtq+, idosas e jovens. “Nossa perspectiva é traçar debates e lutas contra os retrocessos econômicos, culturais e políticos nas vidas das mulheres.
A cada Encontro realizado, são reforçadas as relações de amizade entre os países realizadores:
Argentina, Equador, República Dominicana, México, Brasil, Uruguai, Venezuela, Colômbia e Peru”, informa Indira Xavier.
Fonte: Assessoria