Em nota aberta nas redes sociais, o Departamento de Alagoas do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/AL) afirma que somente as Audiências Públicas de Revisão do Plano Diretor de Maceió são o espaço adequado para discutir ações relacionadas ao território maceioense afetado pelo crime da Braskem.
A entidade diz que as escutas públicas promovidas pela empresa responsável pela destruição em cinco bairros de Maceió, para elaboração de um “Plano de Ações Sociourbanísticas”, seriam uma “manobra” da prefeitura, “que insiste em tangenciar as tratativas inerentes a um assunto tão importante e tão dispendioso à capital alagoana que é a falta de um Plano Diretor revisado”.
O IAB/AL ressalta que o atual Plano Diretor de Maceió foi elaborado em 2005 e que a sua revisão deveria ter sido concluída em 2015. “No entanto, após muita participação da sociedade, esse processo de revisão foi abandonado em 2016. Em 2018, tornou-se público o que hoje é conhecido como o maior crime ambiental urbano do século XXI e nada disso foi tratado no processo de revisão”, destaca a nota.
Leia mais: Alexandre Sampaio: interesses corporativos entre Braskem e Diagonal invalidam consultoria
A instituição afirma ainda que, hoje, a capital já deveria estar revisando seu Plano Diretor pela segunda vez, no mínimo. “Se existe algum documento elaborado pela PMM, esse documento já não nos serve mais por não ter sido produto de um debate aberto sobre as consequências desse crime que atinge a cidade”, esclarece.
As arquitetas e arquitetos alagoanos, “pensadores e projetistas do espaço urbano, não podemos aceitar que o futuro da cidade de Maceió seja trilhado desta maneira e exigimos que as tratativas de Revisão do Plano Diretor sejam imediatamente retomadas com a devida participação da sociedade”, conclui o texto.
1 Comentário
Municípios que praticam de forma saudável planejamento urbano, elaboram seus planos e cuidam da implementação caminham no sentido da cidade que desejamos e isso deve ser uma conquista de todos e com ampla participação. Maceió merece que seus Gestores públicos municipais valorizem o processo e o realizem da forma preconizada pelo Estatuto da Cidade. Audiências públicas são momentos riquíssimos onde pode-se captar os anseios de um povo. Afinal, qual a dificuldade em realizar tais audiências?