14 de março de 2023 8:11 por Da Redação
As famílias que possuem jazigo no Cemitério Santo Antônio, em Bebedouro, que foram lesadas pela Braskem, continuam sem reparação pelo dano e sofrem com o atual colapso dos serviços funerários no município de Maceió.
A interdição há dois anos para os sepultamentos, devido ao afundamento do solo, como resultado da mineração de sal-gema no bairro, continua sendo o maior problema enfrentado pelas famílias que possuem jazigos no cemitério Santo Antônio, pois, estão impedidas de realizar novos sepultamentos nestes mausoléus.
Sem solução efetiva para o problema até o momento, estas famílias que antes contavam com a disponibilização de vagas nos demais cemitérios públicos de Maceió, hoje já não têm garantias de serem atendidas, devido ao atual colapso dos serviços funerários do município.
Além da dor da perda do ente querido, estas famílias são submetidas ao constrangimento e transtorno de não ter onde sepultar seu familiar. Essa situação tem impactado seriamente a rede funerária do município de Maceió, que segundo o ex-coordenador da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes), Chrystiano Lyra, houve um aumento na sobrecarga em outros cemitérios públicos em 13%, ressaltando que os demais cemitérios já se encontram superlotados.
A inutilização do espaço devido ao afundamento do solo obrigou o poder público municipal a construir gavetas e, com a impossibilidade de abrir novas unidades, chegou a fazer abertura de covas rasas com areia nas áreas de passeio dos cemitérios São José e de Nossa Senhora da Piedade, que recebem a demanda do cemitério Santo Antônio, fora as demandas diárias do município. E estas áreas de passeio utilizadas de forma emergencial já não dão conta da demanda.
Ainda segundo Lyra, a situação se tornou insustentável, pois estamos diante do colapso do sistema funerário. Essa crise é relatada pelo ex-coordenador da Sudes em memorando apresentado à Prefeitura de Maceió.
Leia o documento:
Segundo o memorando, até mesmo a demanda cotidiana dos cemitérios não é possível mais atender. Atualmente, só se sepulta nos lugares os quais já estão ocupados ao término do prazo do período de três anos que possibilita a remoção, ou se acaba com um passeio para sepultar.
Hoje, os cemitérios públicos de Maceió não liberam mais do que 10 ou 12 vagas por dia. Ainda segundo Chrystiano Lyra, se tivermos qualquer acidente de média ou grande proporção, não haverá onde sepultar as vítimas, pois, atualmente, mal se atende à demanda do cotidiano. Há sepultamentos sendo agendados para o dia seguinte, o que é inadmissível.
Diante da morte de algum ente, algumas famílias relatam com angústia as dificuldades enfrentadas para fazer o sepultamento, pois, estão sendo privadas de utilizar o jazigo da família. Algumas, inclusive, tiveram que sepultar em cemitérios de outros municípios.
Há também famílias de Bebedouro que relatam a indignação mediante a essa crise funerária de ter chegado a sepultar seus entes queridos em covas rasas nos passeios públicos dos cemitérios São José e Piedade.
A morte é algo imprevisível e as famílias necessitam que a situação do cemitério Santo Antônio seja resolvida com a máxima urgência, assim também como toda a população de Maceió, que faz uso dos cemitérios públicos necessitam de ser atendidas de forma adequada e digna.
*São professores