Pouco mais de anos depois de ganhar o leilão da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) para assumir os serviços de água e esgotamento sanitário em 13 cidades da Região Metropolitana de Maceió (AL), a concessionária privada de água e esgoto BRK Ambiental já acumula mais de 12 mil reclamações provenientes de consumidores insatisfeitos com os serviços prestados.
A informação foi revelada pelo próprio diretor-presidente da empresa, Hebert Dantas, durante uma das reuniões da Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara de Vereadores de Maceió, instalada para investigar denúncias da população contra a concessionária.
Em matéria publicada pelo Jornal Extra de Alagoas, o diretor-presidente da BRK aponta que “a maioria das críticas está concentrada na capital alagoana”. De acordo com a matéria, a falta de investimento no abastecimento e na rede coletora de esgoto tem gerado percalços para a empresa.
Hebert Dantas também informou que “as receitas da empresa não estão sendo suficientes para arcar com os custos operacionais, o que tem gerado dificuldades financeiras para a BRK. A situação é tão grave que a empresa deverá trabalhar durante 15 anos, no mínimo, em Alagoas, com as contas no vermelho”.
A matéria destaca, ainda, que BRK Ambiental teve um faturamento de cerca de R$ 400 milhões nos últimos dois anos, mas a falta de investimento e a grande carência de recursos têm gerado uma enxurrada de denúncias e até penalidades pelos órgãos de controle. O volume de multas é grande, ultrapassando a casa dos milhões de reais.
Essas informações do Jornal Extra devem servir de alerta para os sergipanos, já que o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, pretende fazer o mesmo tipo de concessão à iniciativa privada na Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) por 30 anos.
Não custa questionar os prefeitos sergipanos, especialmente os da Grande Aracaju, se é esse mesmo o projeto de futuro que eles querem para a população dos seus municípios com a privatização da DESO: tarifas caras e serviços de água e esgotamento sanitário precarizados.
Fonte: Assessoria de Comunicação Sindisan