A primeira aluna estrangeira formada pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) é natural de Guiné Bissau, país localizado na África Ocidental. A colação de grau em Fisioterapia da estudante Clarice Nacalté aconteceu na última quarta-feira (26), no Mega Auditório da Uncisal, e contou com a execução do hino nacional da Guiné-Bissau – um momento histórico para a Universidade.
A estudante chegou à Uncisal por meio do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC), que oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento. A guineense estudou durante 5 anos na Universidade – tempo de duração do curso de Fisioterapia.
“Como estudante internacional, a gente sonha grande. As minhas expectativas foram além do imaginário. Experimentei outra cultura, aperfeiçoei meu idioma português e ampliei meus sonhos”, descreveu Clarice Nacalté. Ela disse que agora deseja fazer especialização, conquistar uma vaga no mercado de trabalho e ter uma boa carreira a nível nacional e internacional.
Mais um sonho realizado pela estudante foi a publicação do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Com o título “Uma aventura intercontinental em busca do sonho de formação acadêmica: perspectivas, dilemas e crescimento profissional”, o livro está disponível no site da Amazon e conta um pouco de sua história desde o nascimento em Guiné-Bissau até os dias atuais, dos desafios de ser estudante estrangeira, do enfrentamento da pandemia de Covid longe de casa, de ser mãe.
“Orientar esse trabalho provocou inúmeras reflexões. A história de Clarice é um convite a compreender um pouco da sua cultura e descobrir que ela é uma guerreira digna de muita admiração”, falou a professora Angela Lima Peres, orientadora do TCC. Ela acrescentou que os desafios que a estudante enfrentou vão além de aspectos pragmáticos e comumente abordados em diversos guias de acolhimento de instituições públicas e privadas.
A coordenadora do curso de Fisioterapia da Uncisal, professora Alexsandra de Souza Pedrosa, informou que a gestão direcionou uma aluna veterana para apadrinhar a estudante guineense, o que melhorou bastante seu rendimento. “Aprendemos muito com Clarice e seus 5 anos na Universidade foram intensos. Ela trabalhava como modelo para complementar sua renda, apaixonou-se, engravidou, e não desistiu do curso. É uma mulher forte e focada no que quer”, encerrou.
Fonte: Assessoria