Poeta e político, Mendonça Junior (Antônio Saturnino de Mendonça Junior) nasceu em Matriz de Camaragibe (AL) no dia 8 de março de 1908 e faleceu no dia 24 de outubro de 1985, no Rio de Janeiro.
Em 1927, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife e, no ano seguinte, foi nomeado juiz substituto de Água Branca (AL). Em 1929, após terminar seu período naquela cidade, passou a ocupar a Promotoria Pública de Porto Calvo (AL), onde permaneceu até 1930, sendo então transferido para sua cidade natal, onde foi designado ainda diretor em comissão do Grupo Escolar Ambrósio Lira.
Transferindo-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, concluiu o curso de Direito, em março de 1932, pela Faculdade de Direito de Niterói. Em seguida, foi morar em Pelotas (RS), onde, além de exercer a advocacia, colaborou em diversos jornais, entre os quais Opinião Pública, Diário Popular e O Libertador.
Regressou ao Rio de Janeiro meses depois para trabalhar como redator do Diário da Noite.
Em 1933, deixou o Rio de Janeiro para exercer as funções de promotor de justiça na Comarca de Rio Novo (MG). Em 1935, transferiu-se para a Comarca de Carangola (MG), onde fundou o Centro Carangolense de Letras, do qual foi presidente.
Retorno a Alagoas
Depois de vários anos afastado de Alagoas, em 1945, retorna e se candidata a deputado federal se elegendo em 1950, na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Em julho de 1954, não se elege, ficando na segunda suplência de deputado federal. Voltou a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados nos períodos de fevereiro a abril de 1956 e de julho a agosto de 1957.
Notabilizou-se pela estética literária lírica, poemas e crônicas vinculadas às causas humanas, e ao seu querido torrão natal Vale de Camaragibe.
Na década de 1920, ajudou a difundir o Modernismo em Alagoas, o que equivalia à famosa Semana de Arte Moderna de 1922 acontecida em São Paulo.
Presidiu a Academia Alagoana de Letras, foi membro do Instituto Histórico e professor de Direito na Faculdade de Alagoas.
“A pepita de ouro”
Na década de 1930, um dos seus poemas, “O que eu queria dizer ao teu ouvido” foi musicado no Rio de Janeiro pelo compositor e maestro Hekel Tavares, imortalizado numa gravação em disco de 78rpm pelo cantor Jorge Fernandes (1907-1989) com Orquestração da Odeon.